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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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Maratona dos Óscares #4

Aaaaahhh, já estou mais descansada acerca dos membros da Academia se andarem a drogar e a nomear filmes aos Óscares que quase nem mereciam estar nos Raspberry Awards. Ontem vi "Whiplash", o filme que tem tudo para ganhar (pelo menos na minha modesta opinião)! Começa logo com as prestações absurdamente fantásticas de J.K.Simmons e Miles Teller que conseguiram realmente encarnar as suas personagens como não via há muito tempo. O drama é divinal. Fala de um rapaz que frequenta a melhor escola de música no país e toca bateria. Um dia, o maestro da mais prestigiada banda da escola ouve-o a tocar e convida-o a frequentar as suas aulas. Mas a partir daí, parece que tudo corre mal para o rapaz. O maestro torna-se agressivo para com ele, está sempre a tentar deitá-lo abaixo, a dizer-lhe que não vale nada, a substituí-lo por outros rapazinhos que, segundo ele, são "mais promissores". Ele acaba por agredir o homem, é expulso da escola e começa a trabalhar num café, deixando de parte a bateria. Faz queixa do Fletcher, que também acaba por ser despachado da academia de música e forma a sua própria banda. No fim, o rapaz volta a encontrar o maestro, que o convida a participar num festival de jazz como seu baterista, com o intuito de o humilhar por o rapaz ter feito queixa dos métodos de ensino dele. O final estonteante fica para descobrirem.

   Para além de excelentes actores, argumento fantástico, a banda sonora e a fotografia deste filme também são algo que dê para aplaudir de pé. Temos um novo potencial vencedor, meninos e meninas!

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Bolsa de Mérito

   Ontem ligaram-me da Lusófona a dizer que tinha ganho uma Bolsa de Mérito oferecida pelo Estado Português relativamente ao ano lectivo de 2011/2012 (o meu 1º ano de faculdade, portanto). Desconhecia totalmente que este tipo de prémios também eram atribuídos a pessoal da privada. Assim sendo, graças a Deus que nunca passei para a pública. O meu 1º ano de Medicina Veterinária foi completamente oferecido: metade pela Lusófona em 2013 e metade pelo Estado em 2015. Assim vale a pena!

   No entanto, apesar do valor, é um prémio que não aquece nem arrefece. Não há diploma, não há cerimónia, e o dinheiro vai servir apenas para pagar as propinas dos próximos meses...

O Sonho dos Elefantes

   Ontem terminei o dia a falar com uma amiga sobre como sentia que uma parte de mim tinha ficado na Tailândia, com os elefantes, e que às vezes parecia que ainda não tinha regressado.

   Acabei por sonhar que estava de novo no meu paraíso, só que desta vez não tinha de pagar. Estava lá a tratar dos cães e também fazia limpezas e ajudava na cozinha para poder estadiar gratuitamente. O Dr. Prasith também aparecia no sonho, estava sempre a pedir-me para ir fazer mais "banana bomb's" (que eram bolinhas de banana e milho às quais se juntavam as vitaminas que os elefantes tomavam diariamente). Mas depois começaram-me a cair os dentes todos e o sonho virou pesadelo. 

   Agora que penso melhor no assunto, se calhar preferia ficar desdentada e voltar para lá do que permanecer aqui neste vácuo no qual me enfiei.

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70 anos depois - Auschwitz

   Comemoram-se hoje os 70 anos da libertação do campo de concentração mais famoso do mundo, Auschwitz. Um local onde, entre 1940 e 1945, se apagaram 1,3 milhões de vidas em nome da "pureza da raça ariana", em nome do nazismo, em nome do poder, em nome da loucura. Aquele que era suposto ser um campo para prisioneiros polacos transformou-se, em coisa de dois anos, num espaço onde ocorreu o maior extermínio em massa de toda a Humanidade.

   Hoje, 300 sobreviventes que foram resgatados neste dia de 27 de Janeiro de 1945 regressaram para prestar mais uma homenagem a todos os que lá deixaram: familiares, amigos, companheiros de viagem, desconhecidos. Hoje o mundo recorda. Mas julgo que não o suficiente. Há aqui capítulos da História que estou a ver repetidos, na própria Alemanha, nos dias que correm. Insurge-se de novo a luta contra os que vêm de fora, a caça aos que são diferentes, a procura pela "perfeição" que não existe. 

   Dizem que a História serve para que o Homem não cometa os mesmos erros duas vezes. Mas quantos genocídios não terão já ocorrido, desde 1944, altura em que esta palavra foi criada? Assim de repente, lembro-me do de Ruanda e do do Cambodja, que são certamente os mais discutidos, mas quantos genocídios existem diariamente que o mundo simplesmente deixa acontecer, tal como deixou que os nazis e os comunistas russos (não esqueçamos que morreram mais pessoas às mãos da repressão soviética do que às dos nazis!) assassinassem milhões de pessoas em tão poucos anos? Rússia, Ucrânia, Israel, Palestina, Nigéria, Iraque, Síria...diz-vos alguma coisa? E tudo isto em nome da Guerra Santa e da Paz e de mais não sei quantas coisas sagradas...

   "Se Deus existe, terá de implorar pelo meu perdão" escreveu um prisioneiro judeu numa parede de um dos campos de concentração. No curso de reiki ao qual assisti há uns tempos, questionou-se a existência e o poder de Deus, que nada terá feito para impedir todo este massacre. Mas também se referiu que os campos de concentração foram uma "forma de salvar a Humanidade" pois esta "estava a caminhar para um abismo sem retorno". Fiquei sem entender muito bem estas palavras, será que queriam dizer que foi "um mal necessário" para todos nós podermos estar aqui hoje neste planeta? Fica para reflectir...

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 Auschwitz, 2013 (By Marta Lourenço).

Oreo na praia

Ontem levei a Oreo à praia pela primeira vez (não levei a Amora porque chegamos ao cruzamento e ela recusa-se a andar, fica cheia de medo). Acredito que tenha sido a sua primeira ida à praia desde que nasceu. Entusiasmada com essa ideia, lá pus o despertador para uma hora relativamente cedo para um domingo e lá fomos as duas, colina abaixo até chegarmos à praia. Ela não se pôs a correr na areia tal cachorrinho de filme que vê o oceano à sua frente pela primeira vez, nem tentou aproximar-se da água. Mas quero acreditar que gostou dos socalcos daquele ambiente, de inalar o cheiro a maresia e dos minutos de liberdade total que lhe dei para descobrir à vontade. Quero acreditar porque desejo que este tempo que ela passe connosco, sejam apenas meses, sejam longos anos, compensem o sofrimento todo pelo qual ela deve ter passado durante aproximadamente dez anos. Eles merecem tudo <3

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Maratona dos Óscares #3

   Finalmente, finalmente, finalmente um filme de jeito! Hoje vi "Boyhood", o filme que conta a história de um rapazinho desde a sua tenra infância até à sua ida para a universidade. Uma história simples mas cheia de reviravoltas e surpresas, que no fundo, até deixa no ar algumas questões filosóficas como "qual é o sentido da vida, porque é que estamos aqui, qual a razão?". É certo que é uma infância e uma adolescência como tantas outras, mesmo que marcadas por padrastos violentos, mudanças repentinas de casa e de escola, um pai que regressa de uma longa ausência. As festas, as bebidas, as namoradas, a preguiça da adolescência e o primeiro emprego são certamente comuns a todos os jovens desta geração e também essas vertentes são abordadas no filme. De salientar ainda que esta longa metragem foi gravada ao longo de 12 anos, sendo que os actores que interpretavam as crianças são exactamente os mesmos actores que fazem o papel de adultos mais para o final do filme.

   Se eu poria este filme na lista de nomeados ao Óscar num ano dito "normal", aka com filmes dignos de nomeação? Talvez não. É um bom filme mas falta-lhe aquele toque especial que os nomeados costumam ter (e que este ano está decididamente em falta). Mas dada a visível falta de qualidade, imaginação e show business deste ano, que se lixe, a este digo "sim", foi aceite para nomeado.

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Maratona dos Óscares #2

    Na quinta-feira à noite, ainda tive um tempinho para ver "A Teoria de Tudo". Estive duas horas a ter um déjà vu. O filme está categorizado como "biografia/drama" e realmente, cá temos o 4º filme bibliográfico do Stephen Hawking. E para quem já conhece bem a vida deste homem, o que ele alcançou e as barreiras todas que teve de ultrapassar para o fazer, já chateia um bocadinho. É mais do mesmo. 

   Não me lembro qual dos outros três filmes sobre ele vi. Se calhar até já vi mais do que um, e por isso não achei que esta versão mais recente da vida dele trouxesse algo de inovador e diferente. O senhor é, com certeza, um dos maiores físicos da actualidade e acredito que, se o planeta ainda existir daqui a um ou dois séculos, as crianças vão aprender sobre as suas descobertas na escola, tal como nós aprendemos sobre as descobertas de Galileu ou Einstein. Mas este já é o 4º filme dele a desenvolver a esclerose múltipla, a fazer as suas descobertas inéditas e a constituir família, apesar da sua condição física.

   Para quem não conhece a história do senhor e nunca viu os outros filmes, é capaz de ser interessante. Para mim foi aborrecido e este é mais um filme disparatadamente candidato aos Óscares. Começo a ficar desiludida com os nomeados deste ano.

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Conversas do dia #2

Contextualização: Na clínica. A M.D.A tem um novo namorado. Chama-se Jaime e deve tê-lo conhecido num dos bailaricos a que vai todas as semanas.

Dr. P: Então e quantos anos tem o Jaime?

M.D.A: Olhe, faz 71 no próximo mês.

Dr. P: Ah, então vai haver festa!

M.D.A: Vai vai. *risos*

Dr. P: Vai haver festa com o Jaime e com o Zé(zinho). *mais risos*

 

E é isto que se passa numa pacata clínica veterinária quando não há clientela.

Maratona dos Óscares #1

   O tiro foi disparado, está aberta a maratona aos Óscares! 8 filmes nomeados na categoria "Best Picture", 8 filmes que aqui a Ritinha vai ver antes da melhor noite do ano (sim, eu sou super fã da cerimónia e não perco directo nenhum desde os meus 15 anos) e comentar para vós.

   Hoje vou dar a minha opinião sobre o "The Grand Budapest Hotel", que já tinha visto no verão, e também sobre o "American Sniper", que acabei de ver.

   Começando pelo primeiro, quando vi este filme, nunca imaginei que fosse nomeado para os Óscares. Comédias raramente são nomeadas. Filmes gravados na Alemanha com uma trama estranha e fora do comum (no bom sentido) apresentam ainda menos chances de nomeação. Confesso que algumas partes da história mirabolante do Monsieu Gustave e de Zero, o "menino das malas" que depois acaba por herdar o hotel, se apagaram da minha memória mas agora que penso melhor neste filme, digo que sim, merece esta nomeação, nem que seja pela sua versatilidade. E os nossos amigos da Academia também merecem um pequeno aplauso pela nomeação deste filme. Só um pequeno.

   Relativamente ao "American Sniper", devo dizer que estava à espera de outro "Estado de Guerra" ou "00h30 Hora Negra", graças a tanta publicidade e tanta fofoca em torno deste filme. Afinal afinal, não passa de um filmezeco de propaganda ao patriotismo americano. O drama é típico, um soldado que vai e volta e que sofre danos psicológicos devido ao que vivencia durante a guerra, que casa uns dias antes da sua primeira missão, vai fazendo bebés nas pausas da guerra e cuja mulher quase o abandona por ele ficar obcecado com o que viveu e se fechar em si próprio. Em termos de acção, não esteve mal, houve uns quantos tiros, umas quantas missões engraçadas, momentos de tensão. No entanto, já vi muito melhor. O que salva este filme da lama é o Bradley e, ainda assim, não estou certa de que mereça levar a estatueta para casa. Tenho de ver outras perfomances e logo vos informo. Conclusão: filme não aprovado, claramente nomeado devido ao patético e exageradíssimo "espírito patriótico" dos americanos.

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