Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Fifty Shades of Grey

Finalmente, hoje acabei o primeiro volume de Fifty Shades. Digo finalmente porque as últimas cem páginas foram um martírio, acho que só terminei o livro para poder fazer um comentariozinho aqui no blog. Resumindo a coisa, os primeiro capítulos voaram num instante, e, apesar de ter lido em inglês, o texto é simples, conciso, sem floreados. Eles conhecem-se, há toda aquela química à volta deles, blablabla tudo muito bem, vão para a cama as primeiras vezes e é tudo muito engraçado, há aquele drama todo por causa do contrato e depois, lá para meio do livro, a narrativa chega ao fim. Tipo, over, não há mais desenvolvimento nenhum na história. Passa a ser só um livro de pornografia escrita em vez de vista (e é nessas partes que eu mais me perco no inglês, visto que a autora usa terminologia específica que eu desconheço), no qual a personagem feminina principal é tão complicada, mas tão complicada, que às vezes apetece pegar numa arma e disparar contra a cabeça dela. Será que a maior parte das mulheres pensa daquela maneira, aos turbilhões, às voltas, tal carrinho de choque em descontrolo? Eu não! É que é contrato para a frente, contrato para trás, sim, não, talvez, vou fugir dele, tenho saudades dele, oh meu Deus ele está a seguir-me, oh meu Deus afinal estou tão feliz, o estúpido espancou-me, afinal é tão bom, ah, afinal não gosto e vamos acabar por aqui. E pronto, está o livro resumido até ao final. Suponho que eles depois voltem a reatar a relação, uma vez que a história já virou triologia. Mas sinceramente, não estou com muita vontade de prosseguir porque vai ser mais do mesmo: sexo e ai-meu-Deus-que-eu-sou-tão-confusa-da-minha-cabeça.

A Minha Sincera Opinião

Passaram 3 dias. E eu fartei-me de ler sobre o assunto. Li prós e li contras, li teorias interessantes mas também muito disparate. Li sobre como a liberdade de expressão é algo que não se consegue eliminar com a ajuda do medo, li muita coisa contra muçulmanos no geral, mas também li ofensas escritas por outros seguidores de Maomé. Li sobre teorias das conspiração, sobre o tema "quem semeia ventos, colhe tempestades", mas essencialmente, essencialmente li sobre "Je Suis Charlie" e processei tudo aquilo que me veio à mente sobre esta matéria.

Eu acredito na premissa do "a minha liberdade termina onde a tua começa", e portanto não sei bem até que ponto é que algumas caricaturas do jornal Charlie Hebdo ultrapassariam essa linha invisível que define o espaço de cada um. Não falo apenas das caricaturas do profeta Maomé, mas também de muitas outras sobre a religião católica, o Presidente da República, outras figuras públicas. Acontece que, quando alguém acredita que a sua liberdade foi violada, e neste caso existem decretos de lei e coisas que tais no Código Penal, deve reportar à Justiça e não pegar numa kalashnikov e cometer um massacre como o que aconteceu em França. 

E é verdade que o polémico jornal semeou muitos ventos mas dizer que "eles estavam a pedi-las" como eu vi escrito em tantas redes sociais, blogs, sites e comentários mete nojo. Parece que estão a insinuar que eles mereciam. Pior ainda, estão a insinuar que o melhor que temos a fazer é esconder-nos que nem ratos e deixar que os anti-semitas governem o mundo e controlem a nossa forma de pensar e de viver.

Finalmente, devo dar destaque às gloriosas teorias que fui ouvindo por aí, sendo que a da sra deputada Ana Gomes subiu ao pódio, ganhando o mais alto prémio. "O terrorismo é um dos resultados da austeridade". Ah. Ah ah. Ah ah ah.  Os terroristas eram pobres, não tinham dinheiro para pagar a um psicólogo, fliparam e decidiram invadir o Charlie Hebdo de uma forma completamente random e desatar aos tiros (olhem para mim a fazer sátira!). Uma outra senhora que também aproveitou logo para pôr os dois braços no ar e começar logo aos saltos e a gritar "olhem para mim, olhem para mim, estou aqui!" foi a Marine Le Pen. Suspender o acordo de livre circulação do espaço Schengen? Está maluquinha. Controlar quem entra no país? Não me parece mal, mas...os terroristas tinham nacionalidade francesa. Claro que não ser um país tipo a Arca de Noé tem as suas vantagens mas para este caso, não seria um solução. Try again! Negar nacionalidade aos que vão receber treino nos campos do Estado Islão? Bolas, com essa concordo.

De repudiar é também o ataque terrorista (que para muitos, não foi ataque terrorista porque o homem não era muçulmano) que ocorreu ontem na mercearia judaica e que ceifou mais quatro vidas humanas. Será que isto algum dia vai acabar? Não, pois não? Foi o que pensei...

je-suis-charlie-960x539.jpg

 

Os Eventos do Facebook

Agora pegou uma nova moda no Facebook. Depois do ice bucket challenge, das fotos a agradecer a um amigo, das fotos de infância e do ano em revista, chegou a moda dos "eventos". Agora anda toda a gente a aderir a eventos parvos e sobre as mais variadas temáticas. Vão desde os eventos de Game of Thrones, tipo "Oferecer à Daenerys um GPS" ou "Terapia da fala com o Hodor", até aos desenhos animados, "Vamos esvaziar a bolsa do Doraemon" ou "Vamos ensinar às nossas avós que nem todos os Pokémons são Pikachus", passando pela História de Portugal com "Petição para convencer o D. Sebastião a voltar do nevoeiro e tirar-nos da crise". Confesso que já aderi a um ou outro, nomeadamente este último que referi e também um que diz "Choro colectivo pelas notas do 1º semestre". A este pretendo definitivamente ir. A minha média caiu dois valores, do 17 passou para 15. Se calhar chorar não chega. Vou criar um grupo "Vamos todos cortar os pulsos e encher uma piscina de sangue em memória das notas de antigamente".

Cut_along_my_wrist___by_unholy_lavathian.jpg

 

Vossa eterna escrava

"Os servos ainda não são, de momento, obrigados a trazer chá e bolachinhas a suas majestades, nem tão pouco a limpar-lhes o cú, mas o dia há-de chegar. Há-de chegar o dia em que os servos serão obrigados a realizar os testes por suas majestades, reis e rainhas, já que a realização dos trabalhos de grupo já se encontra, quase na totalidade, a seu cargo. "

Há uns anos escrevi isto no meu antigo blog, e referia-me a alguns colegas da faculdade. Hoje volto a referir esta passagem porque, ultimamente parece que ando a trabalhar para alguém...mas estranhamente ninguém me paga!

Reclamação da Carris

   Ontem de manhã, estava eu a atravessar a passadeira junto ao metro do Campo Grande, como todos os dias faço, e vi um autocarro a aproximar-se. Mas eu já estava a meio da passadeira, e julguei que o cabrãozinho ia parar, como devia ter feito. Mas não. Passou a um palmo da minha pessoa como se eu não estivesse ali e como se o Código da Estrada tivesse sido feito apenas para enfeitar, e, ao passar, lançou-me um daqueles sorrisos irónicos e maldosos mesmo ao estilo do "não passas primeiro do que eu, sua cabra". Fiquei tão possessa que cheguei a casa e fui logo fazer queixa do filho da puta à Carris. Pensei que não ia dar em nada, que iam dizer que estavam a analizar o caso e que entretanto "se esqueciam". Mas já recebi dois emails a perguntar mais detalhes, e como eu hoje avistei de novo o idiota, identifiquei logo o número do autocarro e o sentido em que se dirigia. Espero que vá para o desemprego por causa desta brincadeira, ontem podia muito bem ter ficado debaixo do autocarro e o gajo ainda se ficava a rir.

 

PS: desculpem a linguagem mas é uma situação que me enerva imenso, isto das passadeiras. Mais ainda porque se trata de um suposto profissional!!

Janeiras

   Então não é que começo a ouvir uma música género folclore no quarto, cada vez mais alta, a quinze minutos das onze da noite? E eu a pensar que já tinha dado o treco à vizinha de cima quando tocam à campainha, com a música no seu expoente máximo. Continuei a achar que era alguém a ouvir no seu pc e que quem tocava à porta era a minha tia, ou algo do género. Quando decido ir até à sala perguntar quem era, já a música se afastava, respondem-me que eram as Janeiras! E não se me abriram a porta ao pessoal! Está mal! Devia lá ter ido mais cedo que ainda dançava umas rodas ao som daqueles instrumentos todos fofinhos que os ranchos usam e ainda me animava um pouco deste dia terrível que tive. Enfim, pode ser que para o ano haja mais, que este foi estreia. Back to work!

Boa sorte!

Amanhã começa, para uma grande parte dos universitários deste país, a última, a derradeira maratona, para concluir mais um semestre. Que a sorte esteja com todos nós e que a memória não nos falhe a meio dos exames!

keep-calm-and-may-the-odds-be-ever-in-your-favor.p

O Copo

Hoje apeteceu-me escrever qualquer coisa e saiu isto. O título ficou estranho, não arranjei melhor...

 

Ela usava o seu melhor vestido. Preto, sem costas, de contornos brilhantes e silhueta esguia. De perna cruzada e luzes apagadas, contemplava com melancolia no olhar o lume que lhe iluminava o rosto. Corajosa, pois na mão tinha um copo de vinho tinto cheio até ao topo, e o sofá onde ela se recostava era branco como a neve. Suspirou, e deu alguns golos, saboreando a bebida aquecida que lhe devolvia o calor que pela sua pele se esfumava naquela doce noite de Outono.

“Devia ter ficado a trabalhar” pensou, passando a mão livre pelos cabelos esticados, que lhe caíam pelos ombros como cascatas douradas, e deitando um rápido olhar ao relógio que trazia no pulso. Trocara a sua noite de folga para fazer uma surpresa ao namorado, com quem vivia há quase um ano, mas aparentemente, ele também estava ocupado com as suas coisas e a casa permanecia no mais profundo dos silêncios.

O segundo copo estava quase vazio e a lenha da fogueira meio consumida quando se fez ouvir o barulho de umas chaves e a porta a abrir-se.

Ele encerrou-a atrás de si e acendeu as luzes. A confusão instalou-se no seu rosto quando viu a companheira sentada no sofá da sala, mas nem por isso se mostrou assustado.

-Pensei que hoje ficavas a trabalhar – declarou, aproximando-se da rapariga pelas suas costas, passando um braço em redor dos seus ombros e dando-lhe um beijo na bochecha, surpreso por o seu hálito cheirar tanto a álcool.

Ela levantou-se em silêncio e lançou-lhe um olhar intenso e profundo, como se com ele pretendesse descobrir por onde andara o seu namorado até tão tarde.

-E eu pensei que te encontrava em casa.

Ele coçou a cabeça para ganhar tempo e o peso do seu corpo balanceou de um pé para o outro, e de novo ao início. Intimidado com aquele olhar mortífero que a companheira lhe lançava (e intimidado também pelo seu vestido curto e justo, que o deixava repleto de desejo), não foi capaz de mentir.

-Fui tomar um copo com a Catherine.

A jovem não pareceu surpresa. Esboçou um sorriso irónico e bebeu o resto do vinho que tinha no copo de um trago, contornando o sofá nos seus saltos altos provocadores para se aproximar dele. Quando as cabeças de ambos se encontravam apenas a dez centímetros de distância, comentou, num sussurro:

-A Catherine. Sempre a Catherine, não é verdade?

-Não é o que estás a pensar – devolveu o rapaz ainda novo, de olhos amendoados, passando uma mão ao longo do braço dela e segurando-lhe a mão, como que para desviar a atenção dela da conversa desconfortável.

Ela deixou-se ficar quieta, mordiscando o lábio, perfeitamente ciente de que o estava a deixar maluco. Mas ela própria já não se encontrava no estado normal devido à quantidade de álcool que circulava pelas suas artérias e veias. Agarrou-lhe na gravata e puxou-o ainda mais contra si, continuando a mordiscar o lábio inferior de forma provocadora. O seu hálito voltou a inundar o olfacto do namorado de forma intensa. “Pelo menos ¾ de uma garrafa” deduziu.

-Não sabes no que eu estou a pensar – declarou numa voz repleta de sedução.

Ele agarrou-a pela cintura e os dois corpos colaram-se um ao outro. O seu desejo era evidente, e por isso mesmo ela riu-se de forma descoordenada sem saber muito bem porquê. Talvez fosse um riso vingativo. Colocou um dedo sobre os lábios suaves dele para que não a beijasse, e com os cotovelos afastou-o de si, voltando a sentir o frio que por momentos, deixara de a importunar.

-Hoje não, querido – murmurou, de olhar brilhante. – Hoje vais-te contentar com a Catherine. 

Soltou mais um risinho e voltou costas ao namorado, abanando as ancas enquanto desaparecia na escuridão, ainda com o copo vazio nas mãos.

Poesia #4

Possessivos teus braços são

Fogosos teus beijos nos meus lábios

Dono de tamanha certeza

E eu, de tanta dúvida.

 

Os teus olhos gritam “amo-te”

OS meus afogam-se na descrença

De querer, ou não, ser amada

Com tamanha perdição.

 

Independente; solitária sempre!

Desejando um amor eterno

Que chegou e não esquenta

Pois tudo é sombra, tudo é mágoa.