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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

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Poesia #5

Na indiferença de um amor esquecido

No desalento da realidade

Vamos passeando lado a lado

Tu tão leve e eu tão amarga.

 

Vale mais amar de mais

E saber (ou não) que estamos sós,

Lutar por um amor

Que cedo desmerece?

 

Ou será melhor amar de menos

Seguir fingindo que o mundo gira

Que há pássaros a cantar

Pois que a vista cinzenta é?

 

Oh, que amolação!

O melhor mesmo é findar!

Aprendizagens Caninas

   Eu pensava que os cães aprendiam uns com os outros as coisas boas, os comportamentos positivos, mas parece que estava enganada. A Oreo chegou ainda não há três meses e rapidamente as minhas duas cadelas trocaram impressões e conhecimentos sobre os seus comportamentos mais selvagens e de se arrancar os cabelos. A Amora ensinou-lhe a ladrar e a morder cães desconhecidos. De uma rafeira de canil que não fazia mal a cão nenhum, estando mais do que habituada a viver em matilha, a Oreo passou a ser daqueles animais que os outros donos evitam encontrar na rua. Agora tenho dois monstros em casa. Para além disso, esta cadela aprendeu também a comer guardanapos, ossos e outras porcarias na rua, sempre que eu estou distraída com qualquer outra coisa, com o alto patrocínio da irmã mais nova. Por outro lado, e porque a troca de conhecimentos tem de ser mútua, a Amora aprendeu com a velhinha a ir ao caixote do lixo pesquisar por qualquer coisa comestível e também já se pôs a descascar as castanhas que encontra na rua, para posteriormente as devorar. Ainda bem que nenhuma delas é de tentar escavar túneis no jardim, roer sapatos ou destruir móveis, caso contrário seria complicado.

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Seis Meses - Voluntariado

   Fez ontem seis meses que cheguei ao sítio mais espectacular e cheio de amor que conheci na vida. E não há um dia que passe em que eu não pense nesse paraíso terrestre e deseje voltar para lá. A propósito da melhor experiência que já vivi, escrevi há já algum tempo este artigo para a revista da associação de estudantes da faculdade (prometeram-me um exemplar da mesma mas até agora ainda não o vi....).

 

Navaan, Yindee e Dok Mae, Jam Peng, Malai Tong, Dao Tong, Pornsawan, Sri Nuan, Jokia, Lucky, Dani, Faa Mai e Faa Sai, Permpoon, Tycoon, Dta Keow, Tubtim, Jungleboy, Changyim, Hope, Jarundee... Ainda me lembro do nome deles todos. Parece que ainda ontem estava a tratar de ferimentos de minas nos membros daqueles gigantes cinzentos de várias toneladas e a alimentar com bolas de vitaminas as trombas mais pequenas e adoráveis. Mas entretanto passaram dois meses e cada vez tenho mais a certeza de que fazer voluntariado com elefantes na Tailândia foi e sempre será a melhor experiência da minha vida.

A ideia surgiu em Abril, depois de assistirmos, no Job Shop de Medicina Veterinária, a uma palestra de uma colega que fora para a Tailândia em regime de voluntariado para uma clínica de pequenos animais. Nessa noite, as malas estavam feitas dentro da minha cabeça. Estava na hora da aventura.

Após muita pesquisa, a Melissa e eu decidimos que o local onde seríamos mais úteis e onde poderíamos realmente contribuir com algo mais do que dinheiro para poder tirar fotografias com os animais era o Elephant Nature Park, perto da cidade de Chiang Mai, Tailândia. Os preços batiam os de qualquer outro santuário de animais, quer na Ásia, quer em África, e a história de Lek Chailert, a fundadora do parque e grande heroína de muita gente (minha inclusive), já eu conhecia bem graças ao National Geographic. Para além de todas as condições, o Elephant Nature Park possui um programa especial para estudantes de Medicina Veterinária, o que nos permitiu conviver bem de perto com os animais, contribuir de forma excepcional para o bem estar deles e acompanhar os excelentes veterinários que viviam no santuário. Durante as três semanas que passei no parque, aprendi a cuidar de gigantes que sofreram às mãos dos seres humanos durante toda a sua vida, até lhes ter sido devolvida a liberdade. Mas também tratei dos quase 400 cães que esperam por um lar no santuário, dos 50 gatos cuja docilidade era simplesmente surreal, dos búfalos de água, dos porcos, dos cavalos, dos coelhos, das vacas e até de um macaquinho órfão! É definitivamente o local ideal para um futuro médico veterinário aprender a lidar com as adversidades e a escassez de material e meios e saber trabalhar com aquilo que tem à disposição.

Conheci voluntários dos quatro cantos do mundo, todos com um coração de ouro e com uma devoção tremenda aos animais. Ainda mais especial era o staff do santuário, sempre pronto a ajudar e a tornar melhor a vida de todos os que partilhavam aquele espaço, tivessem eles duas ou quatro patas. E a certeza de que nenhum daqueles animais seria um dia maltratado, morto ou comido, enchia-me o coração de alegria assim que me erguia da cama, até ao momento em que nela me voltava a encostar. Não existia maldade, ali. Nem competição. Nem ódio. Nem egoísmo. Nem desprezo. Nem ninfomanias. Cada um era como cada qual e aceite na mesma. 

Portanto sim, se for feito pelas razões certas e da maneira correcta, o voluntariado, qualquer que seja ele, enriquecer-nos-á para sempre o espírito com uma experiência inesquecível e aquecer-nos-á a alma de cada vez que as memórias vierem à cabeça.

Dois livros, um filme

   Para terminar as minhas "férias culturais" e cumprir o objectivo de despachar cinco livros nas três semanas em que andei sem muito para fazer li um romance, "O Sangue da Terra", de uma autora portuguesa. A história não é a mais cativante, retratando a vida de uma mãe que espera há anos por um homem casado, e da sua filha, que vai crescendo sem saber que o "tio Octávio" e, na verdade, o seu pai biológico. No entanto, a nível de escrita, parece um romance que eu escreveria, com advérbios por todo o lado, figuras de estilo em todos os parágrafos e frases com muitas linhas de comprimento, pelo que foi o estilo que mais me cativou.

   Entretanto iniciei outro livro, "O Bairro", um policial passado na Cova da Moura em 2005, e baseado em factos verídicos. Escrita simples, concisa, sem demasiados floreados, muito leve. História extremamente interessante, quer pelo conteúdo, quer pela forma com que se apresenta ao leitor, com variados pontos de vista e uma nova personagem a ser introduzida quase a cada novo capítulo. Estou confiante que até ao final da semana está lido.

   Por último, vi o filme que valeu o Óscar de melhor actriz a Julianne Moore, Still Alice. Que espectáculo de representação, meus senhores, que espectáculo! Juro que, por diversas vezes ao longo do filme, julguei que era a minha avó que estava ali no ecrã, com os seus esquecimentos, os seus ataques de ansiedade, as suas confusões, os dramas. Um reconhecimento mais do que merecido para esta actriz que interpreta o papel de uma mulher brilhante que, aos 50 anos de idade, é diagnosticada com um tipo de Alzheimer raro, o Alzheimer hereditário, e que tem de lidar com a doença e as suas limitações.

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Back to School

   Hoje começa mais um semestre, o oitavo, e eu estou, como sempre, motivada. Quando penso que já passaram sete e estão três em falta, fico assustada com a rapidez com que o tempo passa. Parece que foi ontem que estava em Barcelona e recebi o email a dizer que tinha sido colocada em Évora, optando, dias mais tarde, por entrar na Lusófona para permanecer em Lisboa. Parece que foi ontem que atravessei timidamente aqueles portões e me dirigi à primeira aula de faculdade da minha vida, uma prática de Química. Lembro-me tão bem de cada passo que dei ao longo destes quatro anos, às vezes assusta.

   Uma das minhas resoluções para este ano era não acordar tão rabugenta em dias de saída de campo para os cavalos, até porque agora vão ser bem mais do que no ano passado. Estou confiante de que será um semestre de Grandes Animais mais interessante e cativante do que o do 3o ano e de que vou conseguir cumprir com esta resolução. Vaquinhas e cavalinhos me aguardem!

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#StayWeird

   Como sabem, há uns tempos fui a um curso de Reiki. Nesse dia, aprendi que a vida se desenrola em ciclos de sete anos, e que todos nós temos padrões que se repetem de forma contínua ao longo desses ciclos. Esses padrões são geralmente muito difíceis de quebrar e acompanham-nos para o resto da vida.

   Eu fiquei durante muitos dias a pensar no assunto mas não consegui identificar padrões nenhuns ao longo dos meus 21 anos de existência, e portanto deixei fugir esses pensamentos. Ontem, estava a vaguear pelo Facebook e bam, lá estava ele, diante dos meus olhos, à frente do meu nariz: o primeiro padrão que identifiquei na minha vida. Envolve amizades mas nem por isso é bom. Aliás, é um padrão horrível, faz-me sentir péssima, e realmente acontece pelo menos uma vez a cada sete anos.

   Estava eu há tantas horas a pensar no porquê de ter de ser assim, na razão de ser sempre eu que fico nesta posição, quando o Graham Moore se me aparece no ecrã com um discurso destes, e me arrebata o coração. Chorei. Chorei mesmo a sério. E se vir o vídeo de novo, vou chorar mais uma vez. Mas pelo menos, não vou deixar de ser estranha, de ser diferente, de ser "a que não encaixa". #StayWeird

A melhor noite do ano

   Pode parecer triste eu estar a afirmar isto mas, para mim, esta próxima noite, é a melhor do ano! 2014 teve uma das galas dos Óscares mais divertidas de sempre, com a Ellen Degeneres a apresentar. Nunca uma selfie foi tão partilhada, comentada ou reproduzida como aquela que pretendia fazer propaganda ao Samsung Galaxy. Este ano, o Neil Patrick Harris tem muito que se esforçar, até porque os nomeados são fraquinhos, e a dinâmica da cerimónia tem de partir principalmente do apresentador. Let the show begin!

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Publicidade Institucional

http://digitalsynopsis.com/inspiration/60-public-service-announcements-social-issue-ads/

 

Ah caraças, este pessoal do marketing tem mesmo uma imaginação espectacular para criar estes anúncios! Achei alguns deles tão bons, que não pude deixar de partilhar este link aqui no blog. O meu top 10: 3, 8, 11, 18, 22, 27, 37, 41, 46 e 53. Deixo mais duas campanhas escritas na nossa língua materna, também elas com temas actuais e bem concebidas.

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O Cristianismo como Base da Ciência

   A propósito de uma conferência a que fui na semana passada, escrevi este artigo que, modéstia à parte, era material para um Diário de Notícias, e não para os jornais regionais onde vai ser publicado.

 

Quando questionado sobre o porquê da Ciência se encontrar, hoje em dia, num patamar tão superior na cultura ocidental, em comparação com o resto do mundo, o Professor Doutor Henrique Leitão, recentemente galardoado com o Prémio Pessoa 2014, não hesita em afirmar que tal se deveu ao Cristianismo, não existindo qualquer tipo de superioridade intelectual por parte dos Europeus ou de qualquer outra comunidade actual.

A religião cristã permitiu impulsionar uma sociedade virada para as Ciências na medida em que afirma que Deus criou o mundo para nós, seres humanos, e dessa forma incute na cultura a procura incessante de explicações para fenómenos da Natureza, acontecimentos biofísicos e episódios da História do nosso Universo, predispondo à saciedade da nossa busca pelo conhecimento, pelo facto do mundo ter sido feito para esse efeito.

Através da mensagem de que “a vida é algo de positivo e toda a matéria que se encontra na Terra deve ser apreciada”, o Cristianismo também estimula o desenvolvimento da Ciência, pois qual é o investigador que estuda aquilo que não gosta ou que vê como sendo algo negativo? Os sábios estudiosos da sociedade ocidental são colocados frente a frente com o que pretendem analisar ou observar, enquanto noutras culturas, a descoberta do funcionamento do Universo e das leis que o regem passa muitas vezes pelo confinamento, pelo isolamento e pela meditação.

Até inícios do século XII, o pensamento científico árabe esteve ao nível das descobertas realizadas pelos ocidentais. Mas uma corrente filosófica de grande influência instalou-se no islamismo, afirmando que tudo o que acontecia era obra de Deus. O papel próximo de um fósforo pega fogo porque Deus, naquele momento, decidiu que se devia incendiar, e não por causa do fósforo propriamente dito. E nessa altura, a Ciência deixa de existir no Islão. Não existem fenómenos para estudar, pois todos eles são obra de Alá, e muito menos existem Leis da Física, pois é Deus quem determina se uma pedra atirada de uma torre vai, ou não, flutuar.

No Cristianismo, foi ampla a margem de liberdade que Deus atribuiu ao homem no que à Natureza diz respeito, e ao curso de toda a sua Criação, permitindo a edificação da Ciência como a conhecemos actualmente a qual, ainda hoje, não cessa de aumentar, fazendo com que a sociedade ocidental inteira sinta a curiosidade de ir ver passar um cometa de cada vez que um deles atravessa a nossa atmosfera. 

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