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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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Missão Poema #3

Ontem tive muita preguiça de cá vir escrever. O Fernandinho ficou meio esquecido durante a última semana mas mesmo assim sou capaz de dizer o poema quase todo, com algumas hesitações. Esta semana voltamos ao francês com o inigualável Paul Verlaine.

Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur ?

Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un coeur qui s'ennuie,
Ô le chant de la pluie !

Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?...
Ce deuil est sans raison.

C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine !

Desafio - Infância

Obrigada à C.* pela nomeação :)

 

1. Um filme da minha infância

Dumbo! Aquela parte em que ele é separado da mãe... *cries a river*

2. Uma série da minha infância

Doraemon. Ainda sei a música de cor ahah

3. Uma música da minha infância

Ui, sei lá. Pode ser a dos Pokémons? Vou apanhá-los todos...pokémon!

4. Uma brincadeira da minha infância

O Lobo, aos 11 anos, quando nos escapávamos para o recreio dos mais novos para jogar na "ponte".

5. Um amigo da minha infância

Catarina, amigas há 18 anos e meio :)

6. Um momento da minha infância

Quando ao 4 anos abri a boca durante a aula para dizer uma palavra e toda a gente bateu palmas (acho que pensavam que eu era muda)

7. Um sonho de infância

Escrever um livro.

Bolsa de Mérito 2013-2014

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   Bendito o dia em que eu decidi ficar nesta instituição privada ao invés de passar para a pública. Foi uma das melhores decisões que tomei na vida. Esta é, provavelmente, a última bolsa de mérito que vou receber da Lusófona, mas tenho a certeza de que as portas aqui se vão continuar a abrir muito mais facilmente do que se estivesse na Técnica. 

Gostava de Saber - Germanwings

   Temos pessoas com problemas mentais todo em nosso redor, só precisamos de observar com maior atenção. Basta passar-lhes uma arma para as mãos e ficar a ver os estragos que eles fazem, seja essa arma um revólver, uma faca ou o comando de um avião com 155 vidas a bordo (contando com os cinco cães que seguiam no porão). Gostava de saber o que vai na cabeça destas pessoas, quando decidem, sem convicção política, religiosa ou razão aparente, dizimar assim tantas dezenas de outros seres. Será uma coisa ponderada? Terá sido um pensamento momentâneo que depois já não foi possível corrigir? Um plano maléfico e mórbido? Ou antes um colapso nervoso?

   Para este caso, já não serve de muito pensar nisso (ou talvez ainda sirva). Foram 155 vidas pulverizadas contra a montanha, assim, do nada, num dia soalheiro, de repente. Puf. Que tristeza. 

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A Hora da Família

Este texto já seguiu para os jornais há algumas semanas. Cá fica.

 

   O dia pode ter corrido mal, posso estar ansiosa por causa da faculdade, desanimada por qualquer evento da vida. Mas sei que aquele momento, aquela hora, aquela refeição, está lá sempre para me distrair e para partilhar com todos as experiências que o dia que acaba me proporcionou. O meu pai gesticula por causa do trabalho e da vida, que está complicada. Muitas vezes também fala de política. O meu irmão, de tempos a tempos, responde de forma torta à minha mãe, como se ainda estivesse na idade do armário, pois o passatempo dela à hora de jantar é fazer perguntas a toda a gente, sobre os mais variados temas. E as cadelas saltitam em redor da mesa, à procura de qualquer migalha que caia ao chão. Não nos esqueçamos delas, pois para mim, são parte da família. Eu falo por vezes, mas muitas outras limito-me a ouvir e a apreciar a única ocasião do dia em que estamos todos juntos. Para mim, é uma hora sagrada, e sei que quando ganhar asas e sair do ninho, vou sentir muita falta desta refeição em conjunto. É a nossa hora, é a hora da família.

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Missão Poema #2

   Com Demain dès l'aube sabido na ponta da língua, vamos então a um poema em português. Não sei qual dos heterónimos de Fernando Pessoa eu mais idolatro. Se é Ricardo Reis com o seu dilema entre viver a fundo a vida ou deixá-la passar sem grandes histerismos, se é Álvaro de Campos com as suas desilusões e tristezas ou se é Alberto Caeiro com as imagens do campo, da natureza e da liberdade. Mas vamos ao heterónimo do meio com O que há em mim é sobretudo cansaço.

 

O que há em mim é sobretudo cansaço -  
Não disto nem daquilo,   
Nem sequer de tudo ou de nada:   
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.  

A sutileza das sensações inúteis,   
As paixões violentas por coisa nenhuma,   
Os amores intensos por o suposto em alguém,    
Essas coisas todas -  
Essas e o que falta nelas eternamente -;   

Tudo isso faz um cansaço,   
Este cansaço,

Cansaço.   

Há sem dúvida quem ame o infinito,   
Há sem dúvida quem deseje o impossível,   
Há sem dúvida quem não queira nada -  

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:   
Porque eu amo infinitamente o finito,   
Porque eu desejo impossivelmente o possível,   
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,    
Ou até se não puder ser... 

E o resultado?   
Para eles a vida vivida ou sonhada,    
Para eles o sonho sonhado ou vivido,   
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...   
Para mim só um grande, um profundo,   
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,    
Um supremíssimo cansaço,    
Íssimno, íssimo, íssimo,   
Cansaço...

O Teu Sorriso

   Quando me mostraste o teu sorriso pela primeira vez, ele já não me era desconhecido, como se já nos tivessemos cruzado numa vida anterior. Mas não foi por isso que não fiquei encantada com ele, embevecida mesmo. Porque quando tu sorris, toda a tua face se ilumina, os teus olhos brilham como duas minas de diamantes e as tuas orelhas mexem ao sabor desse teu riso. A forma como inclinas a cabeça para trás e bates palmas com as mãos, satisfeito com a piada que acabaste de fazer, o jeito com que mostras os teus dentes perfeitos por entre lábios suaves, meigos e apetecíveis, a maneira como olhas para os teus amigos como que para confirmar que todos te acompanham na gargalhada. Tens um riso que contagia, mais do que o dos outros, porque quando eu o ouço, não consigo deixar de esboçar, pelo menos, um sorriso. E depois, bem, depois baixo a cabeça e desvio o olhar porque o teu riso é algo que me é inatingível, platónico, surreal, e portanto não posso deixar que ele ecoe na minha mente durante muito tempo, pois corro o risco de enlouquecer. Muitas vezes fico a pensar nessas pequenas rugas que se formam no canto dos teus lábios, na forma como semicerras os olhos e ergues as sobrancelhas, como puxas para o lado o cabelo que te atrapalha enquanto ris. Tantas vezes fiquei acordada a pensar no quanto gostaria de envelhecer a olhar para o teu rosto enquanto sorri, e passar suavemente a palma da minha mão pela tua face ao mesmo tempo que o fazes, sentindo-te os sucalcos do rosto e a irregularidade da barba. Tantas vezes, meu amor, sonhei possuir essa risada, tê-la só para mim, e tantas outras vezes suspirei de desgosto, por cobiçar algo que nunca será meu.

Contando as Horas

   Estou com receio de descobrir o que é que a segunda feira me vai trazer, apesar de estar a contar as horas para que ela chegue. No entanto, há já alguns meses, encontrei esta frase inspiradora da qual gosto muito e com a qual me identifico, pelo que me resta aguardar com serenidade e esperar pelo melhor: “Apesar dos ventos não serem favoráveis, eu coloco meu barquinho no mar. Eu coloco e vou seguindo, vencendo ondas, vencendo rochedos, vencendo abismos. Vou com meu barquinho pelas tempestades e sei que encontrarei um porto sereno com seu sorriso na praia a me esperar.” - (Caio Augusto Leite)

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