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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Funchal

A primeira rua começa logo com uma subida acentuadíssima. Depois, passo pela zona dos hotéis, poucos transeuntes na rua. A cidade ainda dorme, pelo menos uma parte. As montanhas ao longe cobrem-se de um ténue manto de nevoeiro, que se mistura ao verde incrível da paisagem. E eis que nasce o sol e me deixa encandeada. Bruto, majestoso, impõe a sua luz por cima das colinas e ilumina a ilha. Desço até ao porto e de imediato as minhas células olfactivas captam o cheiro do peixe fresco. Os barcos de pesca já atracaram há muito, e os pescadores aproveitam para lavar o chão do cais à mangueirada. Sigo até aos novos jardins depois da marina. No ano passado ainda se encontravam em construção. Observo, observo tudo e aproveito a ligeira brisa matinal, pois o sol aqui não é brincadeira. Dou meia volta e regresso pelo mesmo caminho, feliz. E assim foi o meu primeiro jogging no Funchal.

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Jurassic World

   Acabei agora de ver um filme que já há muito tinha guardado para assistir. Desde sempre que sou fã do Jurassic Park e portanto estava ansiosa por ver esta nova película. 

   A ideia é interessante, o parque temático com dinossauros fez-me de imediato lembrar o jogo Zoo Tycoon e confesso que, se alguma vez existisse alguma coisa semelhante no mundo real, eu seria das primeiras a ir visitar. Mas depois vêm todos aqueles clichês que se têm vindo a repetir ao longo dos anos: os esconderijos debaixo dos carros e o dinossauro a cheirar a zona, com a musiquinha de suspense por detrás, os putos irresponsáveis que só se metem em sarilhos e o casalinho apaixonado, ele que os salva a todos, ela uma tontinha que no fim acaba por ter uma ideia inteligente.

   Este final deixa claramente a passagem aberta para um outro filme, o que vem mesmo a calhar, porque, mesmo com clichês e com certos padrões dos quais uma pessoa se farta com facilidade, o Jurassic Park será sempre um clássico para quem gosta deste género de filme, para além de que os efeitos especiais estão cada vez melhores.

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   PS: amanhã parto para a Madeira (yupiiiiiiiiiiiiiiiiii) e ainda não sei como vai ser em termos de internet. Se o blog não for actualizado nas próximas duas semanas, não se espantem ;)

Conversas do dia #3

Na clínica veterinária, esta semana.

Dr. P. prepara uma seringa com a medicação pré-anestésica de um cão e pousa em cima da mesa: Rita, vamos só ali tomar café. Não deixe a M.d.A injectar ninguém com isso, fique de olho na seringa.

Dr. S: Nem injectar-se a si própria.

Dr. P: Ah, isso pode deixar, que não há problema.

 

Mais tarde.

Dr. P prepara o isoflurano (que é um gás anestésico volátil): Rita, não se esqueça de que se estiver grávida não pode estar na sala, perto do anestésico.

Rita faz uma simulação de saída e diz: Então até logo.

Especialidades Oferecidas

   É esta a minha opinião sobre as especialidades "oferecidas" a alguns médicos veterinários pela Ordem. Eu já reclamei, a Dra. Laurentina Pedroso esqueceu-se da minha. Até podem ser duas, a de oncologia e a de cardiologia, ok?

 

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Noites Cheias de Ti

   Não me perguntes porquê, mas vieste buscar-me numa pick up antiga que mais parecia um camião, cheia de ferrugem e poeira. Atirei os braços em redor do teu pescoço, em êxtase, e beijei-te efusivamente. Lembro-me de ter os olhos húmidos, tamanha era a felicidade de te voltar a encontrar. Sei que não éramos os únicos, havia mais gente connosco, tanto dentro do carro, como noutras viaturas que seguiam umas atrás das outras. Recordo-me que os conhecia mas, agora que penso nisso, já não sei quem eles eram. Chegamos a uma espécie de barragem e fizemos um imenso pic-nic, tu sempre a meu lado, com a mão na minha, ambos de sorrisos no rosto, sem medos, sem preocupações, sem sombras que ofuscassem a luz que sobre nós brilhava. Não me lembro de muito mais. Somos capazes de ter tomado banho ali mesmo, naquela barragem que me parecia tão familiar, mas isso já sou eu a inventar a nossa história, porque entretanto despertei, e vi-me sozinha no meu quarto, sem ti.

Troco cães por detector de sismos

   Está uma pessoa muito bem a aproveitar o primeiro sono quando é interrompida pelo tremer da terra. Despertei estremunhada, a pensar se teria sido um sonho ou um sismo real. Liguei a internet e verifiquei que não tinha sonhado. Tem uma pessoa dois cães para a avisarem quando está prestes a ocorrer um desastre natural (ou mesmo um pequeno sismo, vá) e eles nem sequer se dignam a levantar a cabeça, quanto mais a ladrar histericamente. Se viesse aí um tsunami, aposto que continuariam a dormir de papo para o ar, enquanto a onda se aproximava. Uma das cadelas até está de cone na cabeça, que agora deu para se coçar até fazer sangue, e mesmo assim não conseguiu captar as ondas de alta frequência! Que desperdício. 

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Levaste Tudo

   Queria tanto que aqui estivesses. A cama parece vazia e fria sem te ter a meu lado. As cores do quarto esbatem-se, e como que se transformam em tons de cinzento, sem graça, sem vida. A planta que descansava sobre a secretária morreu, não sei se de sede, se de saudade. A claridade dos dias soalheiros já não atravessa os vidros, deixando esta pequena divisão escura e sufocante. O relógio de parede deixou de contar os minutos, e o hoje é semelhante ao ontem, e igual ao amanhã. Nem o calor abrasador que se faz sentir lá fora penetra as paredes deste cubículo, quanto mais aquece o gelado coração que deixaste para trás. Nenhuma brisa marítima vem tirar este cheiro teu que impregna as roupas da cama, as almofadas do sofá, a roupa do armário. Os livros deixaram de ser aventuras intermináveis, romances apertados, policiais viciantes, e transformaram-se em palavras secas, desleixadas, que deixaram de fazer nexo. Não há nascer do sol, nem luar, nem adormecer ou acordar. Levaste tudo.

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