Throwback Thursday #23
2007. Gibraltar. Macacos. Ladrões. Maus. Os nossos croissants dentro daquele saco.
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2007. Gibraltar. Macacos. Ladrões. Maus. Os nossos croissants dentro daquele saco.
E porque já chega de desgraças de amor, tomem lá com esta fofura! Na semana passada, estava no Hospital Veterinário de São Bento para adopção. Com esta cara de ursinho, não deve ser difícil arranjar uma família para ele.
Nunca foi minha intenção amar-te. Aconteceu. E tal como uma flor não desabrocha de imediato no início da Primavera, também eu levei o meu tempo a perceber que o meu coração tinha sido roubado novamente.Quis acreditar que era outro sentimento que fazia o meu orgão mais precioso palpitar quando te aproximavas, ou que me impedia de respirar de cada vez que olhavas para mim. Ignorei o rubor da minha face, o suor das minhas mãos, o estado inquieto das minhas pernas. Desviei olhares, fingi desinteresse, procurei outro alguém que me pudesse distrair de ti. E então entraste nos meus dias, nas minhas horas e minutos vagos, entraste na minha rotina, no meu viver. Corrompeste os meus sonhos e violaste a caixa forte na qual eu me havia encerrado para nunca mais ter de sentir este vazio imenso que me consome como o lume vai devorando a vela de cera que o alimenta. Quando olhei para o meu peito, verifiquei que tinhas levado uma porção do meu coração, e que sangue escorria lentamente, pela abertura que ficara. Sei que um novo vai crescer no lugar do antigo. Mas leva tempo, é necessário deixar a ferida sarar, permitir que o tecido regenere, que se criem novas células e novos vasos sanguíneos para alimentar a máquina. É um processo lento. Vai doer, quem sabe durante anos (porque eu sou assim, demoro a curar). Um dia, estará de novo intacto, pronto para ser roubado novamente. É preciso tempo.
She crawled into bed. It had been a very long day, but she wasn’t quite tired. She put the earphones in her ears and turned on the music. She smiled, just like she had smiled all night long. She put her arms around her body, like she was hugging herself. But suddenly, that hug felt cold and lonely, and her smile vanished off her face. Loneliness came upon her, and dragged her down a hole from which she couldn’t return. The music sounded sad, and she realized she missed him already. Tears fell down her cheeks like rivers. And she tried to put an end to it, she tried to think about something else, she tried to take her thoughts away from him. But in vain. The silence of the night was interrupted by her sobbing. Love had always been wicked to her, and she didn’t know how much longer her heart could go on. The weight of that secret was becoming unbearable. She wanted him like she never wanted someone else but she couldn’t open up with anyone, because they would certainly call her mad and probably worse. She always had this thing for platonic lovers, and for what? Suffering, misery, tears in the middle of the night, sighs camouflaged between smiles. Everything was darkness. Alone in that bed, she kept on crying, thinking about how she’d be forever dreaming, forever imagining, forever hoping. Hopelessly.
Qual era a probabilidade? Qual? Uma em muitos milhares? Era como encontrar uma agulha num palheiro, isto partindo primeiro do princípio que ela lá se encontrava, coisa que eu não acreditava. Entrei no recinto com a possibilidade de que ali estivesses em mente, mas nunca julguei que nos iríamos ver.
A minha amiga e eu furamos muitas e muitas filas até não nos ser mais possível. Vimos o Sam Smith bem de perto. A uma certa altura, depois de um discurso emocionado do moço, alguém me tocou no ombro. Era a minha amiga, chorava como uma perdida. Pronto, pensei eu, já fui. E durante a música que se seguiu, Leave Your Lover, os meus olhos inundaram-se de lágrimas que viriam depois a escorrer pela minha face, duras, frias, amarguradas, vertidas só por ti, pensando em ti, escorrendo graças a ti. Perto te achava, e ainda assim, tão distante, tão inalcançável. De resto, como sempre, não é?
Umas horas depois, já com o jantar no estômago, dançávamos alegremente ao som de Disclosure (amei esta banda que nunca tinha visto ao vivo) quando vejo passar um amigo teu ao meu lado. O meu coração salta. E quando olho um pouco para trás, lá vens tu. Toco-te no braço para te chamar a atenção e aceno-te. Cumprimentas-me. O teu amigo dá-me um "high five". Um porreiro. Vêm mais pessoas atrás no teu grupo e continuas o teu caminho. E eu fico ali no meio da multidão, sem saber bem o que acabou de acontecer, confusa, distraída, perdida no mundo dos sonhos. Escusado será dizer que dancei o resto do concerto com um enorme sorriso nos lábios e uma energia renovada, apesar daquele breve encontro. Afinal, qual era a probabilidade? Será o destino?
Uma amiga convidou-me para ir ao Nos Alive nos dias 10 e 11 e eu aceitei, obviamente. Como sou extremamente culta no que ao mundo da música diz respeito (not), ontem conhecia apenas duas canções das que foram apresentadas a noite toda: a Geronimo, dos Sheppard, e a I Will Wait, dos Mumford and Sons. Estava com altas expectativas em relação aos Sheppard e não desiludiram. Gostei mesmo muito do tipo de música deles. Sabia que os Mumford and Sons tinham uma imensa legião de fãs e Portugal mas julgava que eles faziam mais hard rock. Afinal é só rock. E gostei. O vocalista tem uma voz incrível. Em relação aos The Prodigy, não me pronuncio, não gosto nada daquele tipo de música de maluquinhos de hospício, e como o frio que estava (nós estávamos lá à frente mas viemos para trás no intervalo entre as últimas bandas para não sermos absorvidas pela multidão em fúria), já não aproveitei grande coisa.
No geral, penso que o recinto podia ter mais umas coisinhas para o pessoal se divertir. A parte das comidas está muito bem, boa variedade e bastantes opções vegetarianas.
Hoje há mais concertos e estou especialmente ansiosa pelo do Sam Smith. Vamos tentar ficar o mais perto possível do palco!
A visita ao castelo de Neuschwanstein, em Füssen, perto de Munique, foi um dos pontos altos do meu interrail, no Verão de 2012. Paisagens incríveis, um castelo mais bonito do que o da Disney (apesar de uma parte estar em obras) e um contacto próximo com a Natureza fizeram deste dia um dos melhores dessa gloriosa viagem que tantas memórias boas me traz.
Deixei que ele entrasse nos meus pensamentos logo pela manhã ao acordar. De olhos fechados, permaneci na cama por mais cinco minutos, a imaginar como seria despertar a seu lado, numa gloriosa manhã de sol. E depois pensei como seria bom partilhar aquele sumo de laranja com torradas naquela varanda que me ia abrigando do calor matinal. Questionei-me se ele não me iria convidar para um banho a dois, lançando um olhar atrevido na minha direcção, e sorri, corando com ligeireza. Já no colchão, dentro da piscina, tive a certeza de que, se ele ali estivesse, tudo faria para me importunar e terminar com o meu sossego. Uma passagem do livro fez-me recordar palavras suas. E o almoço, aquele filete de peixe só nosso. À tarde, foi a música quem me aproximou da sua lembrança. A "What Do You Got" quase me fez chorar. Solitária, desejei que ele ali estivesse, para me confortar. Mas no minuto seguinte já sorria, tonta, para o vazio, a imaginar como daria a volta à situação com o seu sentido de humor. Ponderei escrever sobre ele em múltiplas ocasiões ao longo do dia. No entanto, a inspiração não me alcançava, nada saía, a folha branca à minha frente permanecia virgem. À noite, ainda o imaginei a meu lado, envolvendo-me com os seus braços fortes e dando-me um beijo de despedida na testa. Adormeci, julgando-me finalmente livre. Qual não foi o meu espanto ao encontrá-lo de novo nos meus sonhos, invadindo o meu sono tal assaltante, privando-me do descanso da sua presença. Acordei estremunhada. Sei que esteve comigo a noite toda. Só não me recordo do que fizemos nessas tantas horas sonolentas que passamos juntos. Pela segunda noite consecutiva.
Há muitos anos que a Pixar não fazia um filme que me deixasse coladinha ao ecrã...para aí desde o Nemo. Podem ter tido bons filmes como Brave, Up-Altamente ou até o Ratatouille mas aqui está uma longa metragem de animação como não via há muito tempo.
A ideia é muito engraçada. Pegam em meia dúzia de emoções e dão-lhes vida dentro da cabeça de uma miúda de onze anos. Graças a uma mesa de comandos, eles é que controlam o que ela faz, o que diz, e como se sente. Tudo corre às mil maravilhas até ao dia em que ela e os pais se mudam do Minnesota para São Francisco. Nessa mesma altura, a emoção "Joy" é sugada para fora da sala de controlo, juntamente com "Sadness", e começa a aventura mirabolante de ambas pelos caminhos misteriosos da mente da miúda, Riley. Ao mesmo tempo, as outras emoções tentam fazer o que podem para que a vida de Riley não se torne numa desgraça completa.
Estou em retiro espiritual. Sol, piscina, papel, caneta e um bom livro. Sete dias no paraíso com as minhas pequenas (e o meu irmão, que quase só vejo às refeições).
Catarina dissera-lhe que odiava despedidas, e que por isso preferia passar uma última noite na companhia dele e sair pela manhã bem cedo, dando-lhe um último beijo nos lábios antes de se dirigir para o aeroporto. Pedro não compreendeu como podia uma relação de dois anos tão intensos terminar com um simples beijo e um virar de costas, e por isso, a condescendência que demonstrou era apenas um disfarce.
Ela saiu ainda de madrugada, sem fazer barulho, cumprindo a promessa de se despedir do seu amor com um último beijo, enquanto ele dormia. Mas Pedro, mais desperto do que nunca, sentiu com todos os nervos do seu corpo a amargura daquela despedida, a dureza com que Catarina encostou os lábios aos seus, retirando-os breves instantes depois, a tristeza do seu suspiro, antes de abandonar aquele quarto, testemunha de tantas noites bêbedas de amor.
Após retirar da mochila o cartão de embarque que lhe garantia passagem aérea para Londres, já depois do check in feito, o seu olhar cruzou-se com o dele. Com um casaco de fato de treino azul escuro e uns calções bege que lhe davam pelo joelho, Pedro observava-a ao longe, de mãos nos bolsos e olhar apreensivo. Ela correu ao seu encontro, com o coração aos saltos, e quando chegou junto dele, empurrou-o com raiva, gritando-lhe que não devia ter vindo. Mas lágrimas saltaram-lhe dos olhos como peixes a subir o rio, e Pedro recebeu-a de braços abertos no calor do seu abraço. Encostou a cabeça à dela, afagando-lhe nervosamente o cabelo e, também já choroso, pediu desculpa por não a ter conseguido convencer a ficar. Catarina insistiu que a culpa não era dele, que era da falta de emprego na sua área, que não havia nada a fazer a não ser partir. Pedro acenou com a cabeça, ainda que pouco conformado. Limpou as lágrimas que teimavam em cair e envolveu a face do seu amor nas suas mãos fortes e viris. Tomou os lábios de Catarina como seus e não mais sentiu tristeza, mas antes uma sensação de que tudo terminaria bem. Não ali, naquele momento, mas um dia, mais tarde.
Ela sorriu-lhe e agradeceu o facto de Pedro ter insistido em despedir-se. Pelos altifalantes do aeroporto, ouviu-se a chamada de embarque para o voo com direcção a Londres. As mãos soltaram-se uma da outra e, enquanto a rapariga se afastava, iam enviando um ao outro beijos pelo ar. E novas lágrimas surgiram nos olhos já húmidos de ambos.