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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Expectativas

   Nunca esperes muito das pessoas. Só assim não existirão desilusões. Não vale a pena ficar à espera que a menina da caixa sorria e diga bom dia. Nem pensar que alguém te vai deixar passar na passadeira. Também não esperes que te respondam aos emails ou mensagens. Não é por o fazeres que outros o fazem. Não esperes um "sim", quando a resposta pode ser "não". E não penses que alguém vai ficar feliz com alguma coisa que faças, por mais simpática que seja. As pessoas são mal agradecidas e esquecem-se muitas vezes de quem lhes deu a mão. Não ames mais do que o outro numa relação. Isso nunca. Quem ama mais sai sempre a perder porque acaba por se subjugar, com medo de perder a outra pessoa. Não esperes que alguém seja pontual, a menos que já conheças esse alguém e saibas que é um dos seus pontos fortes. E mesmo assim, o melhor mesmo é nunca fiar. Nunca confies em ninguém a 100%. Todos temos segredos escuros, do mais negro possível, daqueles que mais vale sermos os únicos a conhecer. Não esperes retribuições, nem eleves muito as expectativas quando recebes um sorriso de alguém especial. Ainda assim, continua a ser como és, a fazer o bem sem esperar nada em troca, a ajudar sem esperar que alguma vez possas ser ajudado, a sorrir, a agradecer, a deixar passar, a provar que a sociedade não está assim tão estropiada quando se poderia pensar. E aí, bem, talvez um dia te surpreendas. Mas só se não tiveres expectativas.

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Alerta Colesterol

   Hoje fui ao médico pedir um eletrocardiograma para saber se posso correr sem entraves ao meu pequeno coração palpitante e aproveitei para levar as análises que tinha feito há uns meses atrás. Tenho claramente tendência para ter o colesterol alto já há vários anos e não me assusto muito com os valores (se calhar, devia). O médico é que ficou logo de cabelos em pé.

Médico: Vai cortar nos enchidos, nas alheiras, nos chouriços, no fiambre, bacon e carnes vermelhas.

Eu: ahahahah mas não como carne há quase quatro anos!

Médico: Ah, então vai cortar em todos os fritos, gema do ovo, queijos, manteigas, etc. E beber um copo de água de hora a hora. Senão quando chegar aos 30 anos tem o colesterol a 300!

   E lá levei eu uma descasca, sem saber muito bem no que hei-de cortar. Tudo bem que sou uma grande consumidora de batatas fritas, posso começar por aí. Mas torradas levam uma dose miniminiminimini de manteiga que quase nem se vê. O queijo é vê-lo de vez em quando e a gema de ovo...são duas vezes por semana! Será assim tanto para fazer com que o meu colesterol total esteja nos 220? Eu até corro 30km por semana... E bebo água e água só! 

   Mais porreiro do que isto foi a preocupação que a minha mãe demonstrou. Só não disse "caga nas recomendações do médico" porque ficava mal.

Dia de cortar unhas...

   Se hoje por volta das 15h estavam tranquilamente em vossas casas ou no trabalho, faculdade, shopping, a passear de carro ou a pé, do norte ao sul, passando pela Madeira e Açores, e ouviram uns gritos estridentes que pareciam ser de um cão que estava a ser torturado e assassinado a sangue frio, peço desculpa. Estava a cortar as unhas à minha mais velha.

Eu Mesma

   Há momentos assim. Depois passam. 

 

   Às vezes penso que não pertenço a este planeta, que cheguei aqui por engano e que seria melhor se nunca tivesse nascido. Sou assim uma coisa estranha, que está a meio entre um ser humano e um bicho, incapaz de se encaixar, de pertencer a algo, de fazer parte do que quer que seja. Um criatura fechada para o mundo, com graves défices sociais, que sonha um dia vir a ser uma pessoa normal, mas que não sabe como o fazer.

   Condenada à solidão, entregue aos seus próprios pensamentos, que não se dá a conhecer. Toda a gente vê aquela miúda estranha que tira boas notas, que corre meias maratonas e que às vezes mete nojo de ser tão certinha. Mas mais profundamente do que isso, poucos suspeitam. Esta vergonha que tenho em ser assim, as lágrimas que tantas vezes me turvam os olhos por me achar mentalmente disforme, uma aberração, uma alma estropiada. O medo que tenho do futuro, por ser assim, anormalmente incapaz de comunicar com os outros, de me expressar. A mágoa de saber que me acham arrogante ou que têm pena de mim, sei lá. Sou eu o problema, sempre fui, desde que esta cabeça que não esquece se recorda de existir. O maior entrave à minha felicidade plena, sou eu mesma.

Não Me Deixes Partir

   Agarra-me. Não me largues a mão. Quando eu voltar costas, segura-me. Não me deixes fugir. Abraça-me e implora para que eu fique. Não me deixes partir sem dar uma oportunidade ao que temos, porque sabes que eu vou quebrar sob pressão. São demasiados entraves, demasiadas complicações, e eu desisto antes sequer de entrar na tempestade. Mas insiste. E persiste. Mostra-me as tuas lágrimas, grita o meu nome, lança injúrias a um qualquer deus, ou mesmo a todos. Solta a tua raiva, faz uso de todas as memórias que juntos vivemos e apela às que ainda estariam para vir. Caso eu não fugisse. Caso eu não me afastasse para longe, o mais longe possível, com receio das consequências, com medo do sofrimento, com a cobardia espelhada no rosto. Segura-me a mão, puxa-me o braço, envolve-me num abraço apertado, tranca-me dentro do teu coração. Mas não me deixes partir.

 

 

Não Pude Ficar

   Ver-te assim a dormir, tão calma e serena, fez-me perceber que não posso mais ficar. Tens sonhos que não são os meus, ambições que eu não entendo, vontades que eu não capricho. Se não for hoje, amanhã os nossos caminhos seguirão diferentes rumos, opostos, talvez. Mais vale sair assim, a meio da noite, e acabar com a incerteza do dia seguinte, a ânsia de não saber até quando te poderei ter nos braços, a dúvida insistente e persistente que nos consome. Desculpa-me por não ser capaz de me despedir, a não ser através deste simples papel. Não é a morte que mais me aflige neste mundo, nem tão pouco a guerra ou a fome, mas sim a visão das tuas lágrimas a escorrerem-te pela face, o enfrentar das tuas mágoas. Por isso parto antes da madrugada trazer com ela o frio da solidão. Por isso me escapo enquanto tens sonhos felizes sobre um amanhã que não existe. Porque somos demasiado diferentes. Queremos coisas diferentes. Somos como duas linhas perpendiculares, que vieram de direcções distintas, se cruzam brevemente uma única vez, e seguem os seus caminhos isoladamente. Espero que compreendas.

 

G.

Relato de uma Tartaruguinha Feliz

   6h30. O despertador toca. É domingo, ainda é de noite lá fora e ameaça chover a qualquer instante. Lá tiro o rabo da cama, ainda sem perceber bem porque é que me meto nestas coisas. Pequeno-almoço: massas com ovo cozido e pão. Não sou para menos, aquelas tretas de beber um batido com uma fatiazinha de pão integral antes de ir correr uma meia maratona são escritas por pessoal que nunca esteve no terreno.

   Antes de sair de casa, volto a olhar pela janela. Chove a potes. Espectáculo, motivação no máximo. Decido levar um impermeável, com medo que o telemóvel se fine com a água. A caminho da paragem de autocarro, puff, pata na poça, meia encharcada. Vou a acabar de passar a estrada na passadeira e puff de novo. Um gajo passa atrás de mim a alta velocidade e sinto a água a entranhar-se-me pelas pernas de cima a baixo. Nesse momento tive de rir para não chorar. Depois disso, a coisa melhorou. Encontrei-me com a equipa no Parque das Nações e lá fomos, uns mais entusiasmados do que outros (e eu com cara de zombie). Partida: ai meu Deus que não me sinto preparada! Lá vou eu, muito feliz até aos 4km, altura em que voltei a pensar na razão pela qual me meto nestas coisas, sem encontrar nenhuma válida. Tudo muito bonito até ao quilómetro 16. A partir daí custou como o caraças mas nunca parei para andar, como aconteceu na minha primeira meia, há ano e meio. Mais do que orgulhosa do tempo que fiz, estou orgulhosa de nunca ter parado, nem mesmo naquela subida ao km 18. O gel energético que estavam a oferecer a 1/3 do fim ajudou muito, fiquei fã.

   No final, cruzei a meta com o meu relógio a indicar 2h12. Corri para o gelado (depois lá encontrei uma razão válida para fazer 21km - no final, oferecem um Magnum) e reencontrei-me com a equipa para uma última foto pós-prova. Melhor do que tudo isso, foi ter chegado à meta com o dilema que me esteve a atrofiar o cérebro nestes últimos dias resolvido (novidades em breve)! No final, mesmo no finalzinho, uma pessoa acaba por encontrar mil e uma razões pela qual se faz à estrada. E se durante a prova só se pensa "nunca mais faço isto", ao cruzar a meta já só se pensa na próxima corrida.

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 Os 4 macacos que correram a Meia. Faltam os 2 que fizeram a Maratona. No total angariámos 168 ovos para famílias carenciadas. #MovetPower

 

   PS: muito obrigada à menina que puxou por mim na subida junto ao Lux e também a todos os que foram apoiar com palmas e cartazes os corredores!

Selfish

   Tinha-o debaixo de olho desde a remodelação do espaço de restauração do Amoreiras mas só ontem tive oportunidade de experimentar o "Selfish". Não desiludiu! É uma excelente forma de comer fast food de uma forma mais saudável e requintada. O restaurante tem à disposição três variedades de peixe (atum, salmão e dourada), com a possibilidade de escolher dois acompanhamentos entre vários.

   Fomos atendidas em cinco minutos e o meu hambúrguer de atum no bolo do caco estava divinal! O pão cedia debaixo da faca como manteiga, o atum era mais do que saboroso e fazia-se acompanhar por uma maionese de ostras com um sabor discreto e tomate e rúcula que complementavam a textura. As batatinhas assadas eram de comer e chorar por mais e os legumes seguiam logo atrás. Só o arroz branco é que podia estar melhor, na minha opinião.

   Fiquei a babar com as imagens dos braseados e do tártaro de salmão. Da próxima vez, não escapam!

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