Em dois dias falei com seis pessoas. Se tinha dúvidas, estas quadriplicaram-se na minha cabeça. Eram três da manhã e eu ainda ruminava sobre o assunto. Voltei a ligar o telemóvel para contactar mais uma. Depois percorri os sites todos que já tinha andado a ver ao longo da semana mas em pouco tal acção me ajudou. Fiz contas de cabeça e fiquei com vontade de bater com ela na parede. Mil hipóteses, todas as portas abertas, tão pouco tempo. Nunca pensei chegar a esta altura do campeonato e ficar neste impasse estúpido. Será que afinal eu não sei o que quero?
Com as dores de estômago que tenho tido, bem que já podia estar para aqui a magicar uma úlcera gástrica. Será que me posso esconder debaixo dos cobertores até alguém decidir por mim? Claramente não sou boa a lidar com tomadas de decisão, não fosse eu Balança...
E agora vamos todos rezar para que no Domingo esteja uma temperatura máxima ali nos 17-18 graus, com céu muito nublado mas sem chuva. E sem vento, nem mesmo na Ponte Vasco da Gama, ok? Vamos lá incluir isto tudo nas preces da noite, fachabor.
O nosso professor atribuiu-nos mais uma tarefa a ser realizada de cada vez que vamos estagiar a S.Bento: escrever um pequeno texto informativo sobre um tema que ele nos dá. Desta vez, calhou-me falar no aumento do consumo de água em gatos, e como até estou orgulhosa do meu pequeno textozito, deixo-o aqui como nota informativa a todos os donos de felinos. Espero que em breve esteja disponível no blog do hospital, juntamente com textos de outros colegas.
Um gato saudável bebe aproximadamente 60 ml de água por cada quilo de peso vivo, em vinte e quatro horas. Quando esse consumo aumenta, pode ser sinal de que algo não está bem.
Uma das doenças mais comuns em gatos é a insuficiência renal crónica, que se traduz na incapacidade dos rins funcionarem de maneira a poderem filtrar todas as moléculas tóxicas que circulam pelo organismo. Como também deixam de conseguir reabsorver água, os gatos têm mais tendência para urinar, e daí advém um maior consumo de água para contrabalançar.
No caso das gatas não esterilizadas, um consumo exagerado de água repentino pode dever-se a uma piómetra, isto é, a uma infecção do útero. Outros sinais clínicos incluem febre, apatia, falta de apetite, vómitos e diarreias. É uma doença séria que pode pôr em risco a vida do animal numa questão de horas.
Quando há uma resistência à hormona insulina, como ocorre no caso da Diabetes mellitus, o açúcar que fica em excesso no sangue é eliminado pela urina, e com ele chama muita água. Por esta razão, os gatos diabéticos urinam em abundância e bebem muita água.
O hipertiroidismo felino é a alteração hormonal mais comum em gatos, ocorrendo principalmente em animais idosos. O excesso de uma hormona produzida na tiróide aumenta o metabolismo do gato, fazendo com que este possa perder peso, sofrer um aumento do apetite e do consumo de água, ter vómitos, diarreia, tornar-se hiperactivo e trazer consequências para outros sistemas do organismo como o sistema cardíaco ou renal.
Para além das doenças já referidas, as mais comuns em gatos quando o aumento do consumo de água está relacionado com algum problema de saúde, existem outras também associadas a este comportamento, como são exemplo a insuficiência hepática, a hipercalcémia (excesso de cálcio no sangue) ou a pielonefrite (infecção do trato urinário superior).
Apesar de um aumento do consumo de água no seu gato poder ser um processo fisiológico, induzido pelo calor ou pelo stress, há também a hipótese de ser um dos primeiros sinais de que o animal se encontra doente. Na dúvida, contacte um veterinário!
Quis confortar-te e envolver-te nos meus braços. Dizer-te que ia ficar tudo bem, que a tempestade passaria e que tudo voltaria a ser como era. Bem, pelo menos quase tudo. Quis estar presente quando os alicerces que seguravam a tua vida tremessem e sentisses que precisavas de um ombro amigo. Mas envolvi-me em demasia. Sou imperfeita, como toda a gente o é. E, mesmo sem querer, cometi um erro. Apaixonei-me. Deixei-me levar pelas emoções, como um barco à deriva empurrado para longe da costa pela maré. Perdi-me no teu olhar profundo e sofredor, de quem procurava ajuda. Fui imprudente, ingénua. O teu toque transformou-se em fogo na minha pele, e as minhas noites viraram uma convulsão de sentimentos que nem consigo categorizar. E sem perceber bem como, de um instante para o outro, os nossos papéis inverteram-se. E era a mim que tinham de repetir vezes sem conta que tudo ia ficar bem, que o tempo apagava as mágoas, como as ondas acabam por apagar juras de amor na areia. Foram os meus próprios alicerces que eu tive de segurar, pois eles vacilavam mais do que sinais de trânsito em dia de ciclone. Foram as minhas próprias lágrimas que tive de limpar.
Entrei neste curso com o objectivo de salvar vidas, de lutar por seres que são considerados "coisas", de lhes aliviar o sofrimento. Um dos motivos pelos quais gosto muito da minha faculdade, é a ética com que os animais são tratados. Não matamos ovelhas para as aulas de anatomia (como acontece noutras faculdades no nosso país), não temos um canil com cães que só estão ali para que possamos treinar procedimentos neles, todas as nossas teses de mestrado têm de passar por um comité de ética antes de podermos avançar com elas.
Hoje, durante uma saída de campo a uma vacaria, deparei-me com um cenário de horror, daqueles mesmo que os activistas mostram nos vídeos para chocar as pessoas. A vaca foi posta naquelas mangas de contenção porque lhe iam ser aparados os cascos. Com um membro elevado e o chão muito escorregadio, o animal acabou por cair, e ainda por cima colocou um dos membros anteriores através da grade, o que tornava ainda mais difícil a tarefa de se erguer novamente. O dono da exploração leiteira chegou lá e começou a pontapeá-la nos flancos e na cabeça. Nada que nós não tivéssemos já visto. Depois, visto que a vaca não se levantava, pegou numa corda e desferiu-lhe múltiplos golpes, tipo chicotadas. Não sendo suficiente, pegou numa enxada e toca de lhe atingir pescoço e cabeça, primeiro com a parte de pau, e depois as pernas com a parte de metal. Não estando satisfeito, ainda lhe atirou com um gancho ao focinho umas quantas vezes, fazendo com que o animal fizesse um golpe de um dos lados da face.
Eu tive que virar costas, caso contrário tinha rebentado em lágrimas ali mesmo. Não foi para isto que vim para veterinária, não mesmo. Ainda agora escrevo este texto com humidade nos olhos. Tenho pena de só me ter lembrado de filmar depois da agressão ter acalmado, gostava mesmo que toda a gente visse o filme de terror que foi. Fiquei completamente traumatizada, vou precisar de muita coragem para regressar outra vez áquela exploração.
Um hematoma do lado esquerdo a deformar a face e sangue a escorrer pelo focinho foi o resultado.
Depois da cena de terror, ainda consegui rir um bocadinho com as novilhas. Gosto mesmo muito de vacas.
Alguém adivinha o que diz a minha t-shirt nas costas? Hehe
Ontem lá fui para mais um treino de 10 km e, sem estar à espera, bati o meu recorde (pelo menos que tenha registado). A culpa é tua, porque passei o dia a pensar em ti e fui correr com a tua imagem na cabeça.
Entretanto, hoje houve um tontinho de um professor que me disse à frente de umas cinquenta pessoas que eu devia tomar vitaminas, já que não consumo carne. Fiquei com tanta raivinha acumulada que tive de ir correr mais 10 km para soltar alguma energia acumulada. E milagre dos milagres, mais cem metros do que no dia anterior, com o cronómetro a marcar um minuto a menos!
Conto correr mais 30 km nos próximos três dias, alimentada apenas a relva, como muitos gostam de dizer. Vitaminas? Só para meninos. Toma-as tu, querido ;)
Estive indecisa até ao momento em que entrei naquela sala de aula. Indecisa porque sabia que as eleições estavam renhidas e indecisa porque sabia que o partido em quem voto desde que tenho idade também precisava de mim. Mas assim que peguei na caneta, foi instintivo colocar a cruz naquele quadrado. À meia noite, ainda não se sabia de nada, ainda estava tudo à espera, no meio de muita ansiedade. Fui dormir sem grandes esperanças. Hoje de manhã, foi imensa a felicidade de descobrir que o PAN conseguiu mesmo eleger um deputado!
Como estava hoje a dizer às senhoras de uma associação que se apresentaram lá no hospital da Lusófona com uma radiografia de um gato que foi deliberadamente colocado dentro de um saco e socado e pontapeado até fracturar o fémur, isto tem de mudar. Mais cedo ou mais tarde, estas pessoas têm de ser punidas, têm de cumprir penas efectivas na cadeia, pagar multas bem caras, prestar serviço comunitário. As touradas têm de chegar ao fim. Tem de haver leis rígidas de bem estar animal nos matadouros, que têm de ser imperetrivelmente controladas. Os animais têm de ser declarados como seres sencientes. Tem de ser assim, não vejo outra saída.
Cada dia estamos mais perto, cada dia evoluimos mais e mais. O PAN foi a quinta força política mais votada. E, apesar de não concordar com algumas coisas que eles defendem (quando foi da crise na Grécia, eles defenderam o Syriza, por exemplo), eu continuo a votar neles porque são o único partido que realmente inclui o bem estar animal no seu programa eleitoral.
Este resultado aliado ao facto de o meu Sporting ter goleado à grande o Vitória de Guimarães, fez com que o dia de ontem fosse um dia de bons resultados!
Liga uma senhora para o hospital e eu atendo. Um monólogo de seis minutos num português muito manhoso para dizer que estava cheia de parasitas, que não tinha animais em casa mas que achava que tinha apanhado os parasitas porque estavam a fazer obras no prédio. Primeiro dizia que os médicos não a conseguiam ajudar, depois que não podia esperar até segunda-feira porque estava com alergias horríveis, que os parasitas a estavam a sugar toda, a picar, que se sentia a morrer. E por fim, disse que precisava de uma consulta com um veterinário...para ela própria!! Eu respondi-lhe amavelmente que só tratávamos mesmo animais de quatro patas e a senhora retorquiu, muito ofendida "então mas e os parasitas não são animais? E vocês não tratam animais? Que raio de veterinários estes...".
E foi assim que eu fiquei traumatizada para atender telefones durante o resto do dia. A médica que lá estava de serviço disse-me que eu ainda ia a tempo de mudar de curso e esquecer a veterinária. Vou pensar seriamente no assunto, isto é só aturar malucos!
Não sei o que dizer deste vídeo. A política não é de todo o meu forte mas estas respostas ultrapassam toda e qualquer ignorância. Dá vontade de voltar ao tempo da Grécia Antiga.