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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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Escapas-me

Escapas-me como areia que foge por entre os dedos de uma mão fechada, como a água que flui por entre as pedras de um rio, como uma folha morta que é largada por uma árvore e conduzida pelo vento, sem rumo. Fazes-me falta. Os teus sorrisos pelas minhas lágrimas, as tuas palavras pelas minhas faces rosadas, a certeza de saber que te vou encontrar pela brevidade das nossas conversas. A vida parece mais vazia sem ti. Ironia achar que as coisas seriam mais fáceis da forma como estão. Eu gosto da montanha russa, da excitação, da alegria, da frustração e da conformação, misturadas, aliadas, às voltas dentro da minha cabeça tal remoinho do deserto. Não da monotonia, do desânimo de saber que, por mais que eu espreite, por mais que eu anseie, por mais que te espere, os nossos reencontro parecem adiados. Até quando, não sei. Mas aguardo, expectante, que esse dia chegue e esse teu olhar regresse para devolver ao meu um pouco de luz.

COP 21 - A Hipocrisia

   Por estes dias, os jornais e as televisões têm falado muito das conferências que têm decorrido em Paris sobre as alterações climáticas. Não tenho estado muito atenta, mas parece que o objectivo é os principais líderes mundiais discutirem esta problemática do aumento da temperatura do nosso planeta e chegarem a alguns acordos que permitam, entre outras coisas, reduzir a emissão de gases de estufa e investir nas chamadas "energias limpas". Na televisão, passaram reportagens de activistas vindos de todas as partes do globo, desde a Indonésia até a Inglaterra, passando pela Índia, e todos se queixaram dos problemas das suas regiões, da poluição e da necessidade de se começar a investir em força em energias solares, eólicas e outras que tais. Nas notícias, fala-se que em determinadas regiões de África, o aumento da actividade terrorista tem escalado à medida que a água vai sendo cada vez mais escassa. Mas nem uma única vez a temática da agro-pecuária foi abordada. Toda a gente tem medo de falar nisso, de dizer que o cultivo de cereais para alimentar as vaquinhas e os porquinhos que consumimos (e que chegavam para matar a fome no mundo inteiro e ainda alimentar mais uns quantos) está a destruir por completo a Amazónia e tantas outras florestas de uma forma irrecuperável, que a indústria da carne e do leite representam uma emissividade de gases de estufa de cerca de 18% (enquanto que os transportes na sua totalidade perfazem 12%), que as suiniculturas poluem tanto que existem centenas de rios por esse mundo fora totalmente desprovidos de vida, que para produzir um quilo de carne bovina, é preciso gastar 15 000 litros de água. E a lista continua. Podia estar aqui o dia todo a dar exemplos de como este consumo absurdo de produtos de origem animal vai acabar com o nosso planeta, mas na verdade, não vejo bem para quê. Ninguém se interessa. Venha a sede, venha a fome, as guerras, as doenças, as bombas atómicas, rebentem com isto tudo. Afinal, o futuro é só amanhã, e o que apetece mesmo hoje são uns secretos de porco preto com batatinhas fritas.

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