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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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52 Semanas: Semana 52 - No ano que vem eu quero...

   E assim termina mais um ano! Parece que foi ontem que começou. O tempo passa mesmo rápido...

Como no sábado de madrugada rumo a New York para a passagem de ano, vou já despachar a última semana do desafio com aquilo que eu espero alcançar em 2017. Só peço para que seja um ano tão bom como 2016.

1. Terminar o curso. Isto envolve despachar o estágio que começa em Fevereiro, escrever, entregar e defender a tese e voilà, Mestre Veterinária.

2. Arranjar emprego. Não sei em que área (clínica, investigação...), nem exactamente quando (gostava de ter um último Verão), muito menos onde (Portugal? Lá fora?) mas não estou muito preocupada com isso. O tempo logo ditará o meu destino.

3. Fazer outro cruzeiro. Uma coisa que eu quero mesmo mesmo fazer em 2017 mas não sei se vai ser possível!

4. Ler mais. Não tenho lido nada de nada. Em vez de ler ponho-me a ver séries e filmes e isso também afecta a minha capacidade criativa para escrever.

5. Encontrar alguém com quem partilhar a vida. Ou coisa parecida. Mas por outro lado estar solteira é tão bom...bem, não sei. Agora fiquei confusa. Aposto que vocês também. Logo se vê. 

   Boas entradas e um feliz ano 2017!! Segunda feira logo digo se vale a pena a passagem de ano em Times Square!

Tentei Fugir

   Tentei fugir do meu próprio destino, abrir a cela onde me encerrei há já tanto tempo e escapar da prisão que eu mesma construí mas estás atracado no meu coração, por mais afastados que estejamos, por mais tempo que passe, por mais pessoas que se atravessem no caminho. Conto os dias para te poder abraçar e sobem-me as lágrimas aos olhos ao imaginar o sorriso que se vai desenhar no teu rosto assim que me vires. E por outro lado aperta-se-me o peito porque sei que nada vai mudar. Vais continuar a viver a tua vida e eu a minha. Separados. E sei que nunca serei capaz de dizer as coisas que ficaram por dizer no passado, confessar este amor absurdo que sinto por ti, ser verdadeira face aos meus próprios sentimentos. Sou fraca, não tenho a coragem necessária. Nunca tive. Parece tudo tão complicado, tão difícil de gerir. O medo consome-me, desgasta-me. O tempo passa e todos os dias receio deparar-me com uma foto tua, feliz ao lado de outra mulher. O pânico transforma-me, imobiliza-me. E ainda assim não sou capaz de me afastar definitivamente, como se estivesse encurralada numa espiral de contrasenso e ambiguidade para toda a eternidade. O tempo vai passar (não passou já o suficiente?) e tudo permanecerá igual, pois mais depressa as pirâmides do Egito se transformam em ruínas que as fantasias da minha mente escorregam para a realidade.

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52 Semanas: Semana 51 - Coisas que me marcaram neste ano

   Podia escrever uma lista interminável de coisas que me marcaram este ano, quase todas elas pela positiva. Foi um ano incrível, um dos melhores de sempre. Tanta coisa mudou desde o início, vivi tanto e fui tão feliz que não quero mesmo nada que 2016 termine já para a semana. Aqui vai uma lista abreviada de coisas que me marcaram neste ano:

1. Terminar as aulas. Foram cinco anos agarrada aos livros e apesar de ter a certeza que não vou mais largá-los até ao dia em que me reformar, não é a mesma coisa. Soube bem chegar ao fim das aulas mas por outro lado bate a saudade das rotinas da faculdade.

2. Baile de finalistas. Ficam as memórias de uma noite muito boa em óptima companhia!

3. Incêndios na Madeira. Depois do nosso voo ter sido cancelado por causa do vento e de sermos "obrigados" (que chatice...) a passar mais três ou quatro dias na ilha, eis que começam os incêndios terríveis. Foi muito triste por um lado, via as pessoas a descerem dos montes só com os carros e os animais mas ao mesmo tempo levantou-se uma grande onda de solidariedade.

4. Ter concluído a minha primeira maratona!!! Foi uma das coisas que mais me marcaram este ano. Provei a mim mesma que sou capaz de fazer aquilo que eu quiser desde que haja força de vontade.

5. Cruzeiro à Noruega. Passar férias com a família fora daquilo que costuma ser habitual (aka ir para a Madeira) foi refrescante. Sem dúvida a semana mais divertida do ano foi passada a bordo do MSC Opera e gostava imenso de em 2017 fazer outro cruzeiro.

6. Receber o meu 4º Prémio de Mérito da Lusófona. Todos eles são importantes e fruto da minha dedicação aos estudos e o 4º não foi diferente do 1º.

7. Receber o prémio da Royal Canin por ser a melhor aluna da cadeira de Actividades Hospitalares XII. Same as before.

8. Estágio no Hospital Veterinário de Berna. Aprendi bastante e fui muito bem acolhida. No final até fiquei surpreendida porque todos tiveram pena de me ver ir embora. Tenho saudades vossas pessoal!

9. Um mês a viajar sozinha pelos Estados Unidos. Uma das melhores viagens da minha vida, como quem acompanhou os meus posts pode verificar. Vi lugares incríveis, presenciei momentos únicos, conheci muitas pessoas fixes e cresci imenso durante essas semanas.

10. Estágio no Small Animal Hospital of the University of Tennessee. Está a superar todas as expectativas, nem tenho palavras para descrever o quanto estou a adorar e a evoluir. Poderia facilmente ficar aqui durante uns anos, as pessoas são genuínas e calorosas e isso torna tudo muito melhor.

   Resumindo, foi um ano do caraças e não peço que 2017 seja melhor, só mesmo que seja tão bom quanto este que está a terminar. 

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Adivinhem quem está a trabalhar no Natal...

   Yup, eu mesma! O primeiro fim-de-semana em que tenho um paciente internado calha precisamente no fim-de-semana do Natal e obriga-me a ir ao hospital duas vezes por dia. No entanto, não estou muito aborrecida com isso. Os planos aqui em casa incluem apenas um jantar de Natal mais tradicional e julgo conseguir estar em casa a horas decentes para isso. Ainda por cima o meu paciente é um Papillon super querido que foi operado a uma hérnia discal com uma dona igualmente simpática portanto não me importo mesmo nada, a não ser pelo facto de ter de apanhar o autocarro e de estar a chover.

   Feliz Natal a toda a comunidade do Sapo e um "obrigado" especial a todos os que estão a trabalhar nesta noite para que outros possam estar com as suas famílias com saúde e em segurança :)

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Química

   A química é uma matéria de difícil compreensão. Não existem duas reacções iguais, por mais semelhantes que sejam os reagentes porque há sempre variações ambientais e emocionais, antagonistas ou potenciadoras. Por vezes obtêm-se respostas inexplicáveis num cenário que à partida não seria propício a tais alterações fotodinâmicas e cinéticas. Por vezes é apenas uma sensação interna de bem estar e aconchego quando se conhece alguém. Será que é pela maneira como fala? Será a beleza da sua inteligência a provocar interacções entre as nuvens electrónicas dos átomos no meu coração? Haverá alguma componente física a baralhar os resultados das experiências? Porque razão um determinado e completamente aleatório ser humano provoca assim em mim uma transformação de matéria tão avassaladora ao ponto de me causar ciúmes com tao pouca interacção? E porque é que por vezes essas reacções químicas ocorrem entre elementos pertencentes à mesma classe de reagentes quando reacções físicas ocorrem apenas entre elementos de diferentes categorias? As leis de Lavoisier explicam bem de que forma a massa e o número de espécies químicas microscópicas antes e depois da reacção se conservam mas na verdade nunca ninguém me soube explicar a maravilha que ocorre quando há uma química inexplicável entre dois seres humanos.

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52 Semanas: Semana 50 (whaaaaat) - Pessoas que eu admiro

   E chegamos à semana 50! Parece que foi ontem que me propus a fazer este desafio e já lá vai quase um ano... Quanto às pessoas que eu admiro, cá está o meu top 5!

1. Avô. O meu avô veio de uma família do campo com cinco irmãos e teve de estudar e trabalhar ao mesmo tempo para se tornar engenheiro. Hoje tem uma boa reforma porque sempre trabalhou muito e foi também graças a ele que eu pude estudar numa privada e tirar a carta de condução. Ele valoriza muito o desempenho académico dos netos. É das pessoas que mais admiro neste mundo.

2. Pais. Faço parte da geração que tem pais que não querem que nada falte aos filhos. Tive uma óptima infância e nunca me faltou nada de nada e por isso estou tão agradecida aos meus pais.

3. Alguns professores. Dão aulas, fazem investigação e trabalham noutras clínicas/hospitais/laboratórios. Às vezes não sei onde vão buscar tempo.

4. Lek Chailert. A Lek é a minha heroína. É a fundadora do Elephant Nature Park na Tailândia, onde eu passei três semanas no Verão de 2014 a trabalhar com elefantes resgatados das piores condições. Para além de albergar milhares de animais no parque (vacas que iam para o matadouro, cães e gatos abandonados e negligenciados, cavalos a morrer à fome, porcos, búfalos, macacos orfãos, elefantes, entre outros), a Lek ainda ajuda imensas crianças do norte do país, visitando regularmente escolas e orfanatos para entregar brinquedos, roupas e material escolar. 60% das pessoas da aldeia perto do parque estão empregadas graças a ela e a economia da região tem crescido graças ao seu trabalho. Se algum dia quiserem fazer voluntariado e não souberem onde, pensem seriamente no Elephant Nature Park.

5. Pessoas que largam tudo para viajar por tempo indeterminado. Yup, acho que é o meu maior sonho, ter coragem de mandar tudo para o ca*****, arrumar a mochila e apanhar o primeiro avião que estiver a sair do aeroporto sem ter planos para regressar.

O Tempo Voa

   É incrível como o tempo voa! Já estou nos Estados Unidos há dois meses e meio, no Tennessee há seis semanas e dentro de outras seis já estarei a caminho de casa. Disse que tinha um excelente feeling acerca desta experiência e até agora não me enganei. Está a ser indescritível. As pessoas são maravilhosas, todos os dias aprendo imensas coisas novas e sinto que me dão uma autonomia como não acontecia em Portugal. Via-me perfeitamente a fazer aqui um internato durante um ano e quem sabe uma residência por mais três. 

   É claro que tenho saudades da família mas nunca pensei sentir-me tão bem por aqui. A rotação de oncologia foi perfeita para começar. Depois veio anestesia, da qual não gostei tanto mas lá me safei e tive uma boa prestação. Nesta última semana estive na rotação de medicina interna, que supostamente é das mais difíceis, e adorei! Aprendi imenso e tive pacientes e donos extremamente atenciosos. Ainda agora liguei para uma dona a saber do seu amigo de quatro patas e ela ficou muito agradecida pelo telefonema. Seguem-se duas semanas de neurologia pelas quais mal posso esperar, já que gostei muito de ter esta cadeira no último semestre. Penso que o hospital irá funcionar a meio gás agora que as festividades se aproximam mas urgências existem sempre e portanto estou a fazer figas para que haja trabalho a fazer. E daqui a duas semanas estarei a caminho de New York para a passagem de ano mais espectacular de todo o sempre!

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Curiosidades Americanas

   Este fim-de-semana apareceu-me no 9gag uma lista com 26 coisas que os americanos fazem/têm aqui que é típico deles e a lista, pelo que pude constatar nos já dois meses e meio que já cá passei, está bastante perto da realidade.

O número 1, 5, 8, 10, 11, 16 (odeio esta), 19, 21, 24 e 26 são especialmente exactos mas no geral todos os tópicos são verdadeiros e alguns deles extremamente curiosos. Espreitem! 

http://9gag.com/gag/ayLWjVb?ref=fbp

   Outra coisa que posso acrescentar à lista é que é difícil viver na América sem ter carro! Fora dos centros das cidades não existe passeio, não há passadeiras e atravessar a estrada de um lado ao outro para chegar a casa desde a paragem de autocarro torna-se por vezes um desafio! Fora isso, as gorjetas aqui são praticamente obrigatórias e podem ir dos 10 aos 20% na maioria dos restaurantes. Muitos americanos jantam às seis da tarde mas isso também acontece noutros países. As companhias de fast food têm muito mais clientes no drive through do que no restaurante propriamente dito (lá está a questão de toda a gente ter carro e não andar a pé). Os autocarros geralmente não têm mais do que uma dúzia de pessoas em hora de ponta, é ridículo.

Partilhar Casa

   Muitas pessoas passam pela primeira experiência de partilhar casa logo aos 18 anos, quando entram na universidade e têm de mudar de cidade ou país. Eu nunca passei por isso porque vivia a 15 minutos a pé da faculdade (era a sortuda lá do sítio). Estou agora a viver esta experiência pela primeira vez e até agora tem sido muito positiva.

   Sempre fui uma miúda independente, habituada a tratar das minhas coisas e das de mais ninguém e admito que por vezes tenho um feitio um bocado egoísta. Por isso é que viajar sozinha faz todo o sentido para mim. Faço o que quero, às horas que quero, não gasto dinheiro em hotéis quando posso dormir no carro, compro comida no supermercado em vez de ir a restaurantes como a maior parte das pessoas faz. As primeiras duas semanas aqui no Tennessee foram as mais difíceis em termos de me adaptar a partilhar casa com mais três pessoas. Sendo ultra despachada, tinha sempre de esperar pelas meninas de manhã, no supermercado ou até no hospital para regressarmos a casa e isso era algo que me irritava. Foi ainda mais complicado por ter estado um mês sozinha, a fazer o que me apetecia. Agora parece-me que encontrámos um meio termo entre estarmos sempre a correr e andarmos a passo de caracol. Por outro lado, as raparigas com quem partilho casa não são de sair à noite todos os fins de semana mas gostam de socializar e passear, o que eu acho perfeito.

   Até agora já fizemos bastantes actividades aos fins de semana como ir até à baixa de Knoxville passear, ir a Nashville, jantar cá em casa com um colega que nos dá boleia de manhã e depois ir para os copos até tarde e almoçar com esse mesmo colega agora mesmo há umas horas atrás num óptimo restaurante na baixa. Penso que fiz actividades todos os fins de semana com elas e divertimo-nos sempre muito. Decoramos a casa para o Natal e até já lhes comprei umas prendinhas. Há uns dias fui contactada pela irmã da colega peruana porque a mãe quer fazer-lhe uma surpresa e vir cá pelo Natal. Fiquei tão feliz por poder fazer parte desta surpresa que é quase como se a minha própria mãe viesse cá passar uns dias e mal posso esperar por ver a cara da rapariga nesse dia.

   Rimo-nos imenso com tudo e com nada. E ajudamo-nos umas às outras no que for necessário. Por vezes fazemos o jantar para a colega que chega às nove da noite a casa depois de ter saído antes das seis da manhã. Somos a "Tennessee Family" e estou muito contente por estar a viver com elas em vez de sozinha. 

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 Almocinho de hoje em Knoxville

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