Bem, eu basicamente gostaria de conhecer o mundo inteiro. A aventura chama por mim constantemente e se não sair de Portugal durante mais de um ano começo a ficar deprimida. Quando estou numa viagem já estou a pensar na seguinte e organizar roteiros e planear o meu caminho é das coisas que mais gosto de fazer. Posto isto, fazer um top 5 é bastante difícil para mim porque quero literalmente ir a todo o lado mas para já, estas são algumas das minhas prioridades.
1. Egito. Há anos que quero fazer mergulho no Mar Vermelho. Já várias pessoas me disseram que é o sítio mais bonito do mundo para o fazer. E também quero ir às pirâmides, claro.
2. "Mochilão" pela América do Sul. Argentina, Chile, Bolívia, Brasil, Perú, Guatemala, México, etc etc etc. Quero TANTO fazer uma viagem destas!
3. África do Sul. Aposto que é um país lindíssimo e ainda por cima tenho lá quem me possa mostrar as redondezas :)
4. Austrália. I mean, quem é que não quer ir ao país dos cangurus e dos tubarões? Mergulhar na grande barreira de coral, visitar a Ópera de Sidney, surfar (ou observar os surfistas) nas praias mais badaladas, andar pelo meio do deserto...Oh, take me to Australia, please!
5. Índia. Uma viagem de três ou quatro semanas à Índia seria um excelente programa mas não é propriamente seguro para uma mulher andar a passear por lá por estes dias. Ou arranjo um homem ou o sonho de ir à Índia ficará adiado por algumas décadas.
Nunca um simples olhar tivera tanto impacto em mim como aquele que me lançaste, talvez sem te aperceberes, numa casual manhã de Outono cuja data me escorrega da mente como um pormenor de pouco valor. Porque o que ficou desse dia foi o azul turqueza (poderia ser verde esmeralda ou cinza ameno, perdoa o meu daltonismo) dos teus olhos a competir com a lucidez do céu e o libertino repuxar dos teus lábios a ofuscar o sol.
Já estava sentada no autocarro quando o contraste da tua pele esquálida com o cabelo negro, volumoso, envolto numa névoa de mistério me atingiu tal onda de choque após uma explosão. O dia estava quente mas usavas um sobretudo por cima da roupa como se o pico do Inverno fustigasse a cidade.
O autocarro arrancou e eu saltei do banco, correndo para a saída aos encontrões, apoiando-me em ombros estranhos e segurando mãos desconhecidas, todo o meu corpo a estremecer, enquanto deixava escapar um grito de horror na direcção do condutor. Este último lançou-me um olhar confuso e irado pelo espelho e só travou a fundo quando me pus a bater na porta para que esta abrisse. Sob uma chuva de comentários revoltados e risadas de troça, saí do autocarro aos tropeções, esforçando-me para não cair e corri na tua direcção.
Olhavas-me já com curiosidade ainda eu ia a meio do percurso. Na tua face desenhava-se um sorriso, embora os teus lábios permanecessem impassíveis. Com a mala gasta numa mão e a outra dentro do sobretudo, fazias lembrar uma figura do passado que acabara de encontrar uma passagem no tempo. Com estes pensamentos na cabeça, acelerei um pouco mais até te alcançar e agarrar o braço, certificando-me que não irias a lado nenhum.
"Pensarás provavelmente que sou louca mas..." comecei ofegante, esforçando-me para recuperar a postura. Os seus olhos invadiam o meu espaço pessoal sem sequer se moverem, aparentando violar os meus pensamentos mais profundos. "Quero passar o resto dos meus dias contigo".
"Para quê tanta pressa?" respondeu ele com uma tranquilidade que me surpreendeu. "Estava à tua espera. Anda, temos todo o tempo do mundo". Segurou-me pela mão e levou-me a um hospício, onde fomos maluquinhos e felizes até ao resto das nossas vidas.
Por aqui já temos a casa decorada há cerca de duas ou três semanas. Penso que seja por estarmos fora do nosso país e longe da família. Vive-se mais o espírito natalício, temos mais vontade de respeitar as tradições, de comer o bacalhau (ou o polvo, no caso das meninas do Norte) na ceia, de ver as ruas iluminadas e as casas enfeitadas. E penso que os americanos vivem mais o espírito desta quadra. Não há edifício nenhum que não esteja decorado, os serviços do hospital quase fazem uma competição para ver quem tem os melhores enfeites, as rádios passam constantemente músicas natalícias e toda a gente fala do Natal. Ainda não ouvi nenhum daqueles desmancha prazeres (daqueles que existem aos montes em Portugal) que começam a reclamar quando alguém comenta que já fez a árvore na última semana de Novembro. Cá por casa, todos os dias se põe uma musiquinha de Natal e mal podemos esperar por ir fazer patinagem no gelo num fim-de-semana mais para o fim de Dezembro. A cereja no topo do bolo seria mesmo nevar mas, apesar das temperaturas baixas que se fazem sentir, não me parece que tal vá acontecer já este mês.
1. De rodar um globo e apanhar o primeiro avião para o destino que calhasse quando apontasse o dedo. Mas um dia hei de ter.
2. Andar numa montanha russa a sério. Sou muito fraquinha do coração, acho que me dava um ataque a meio da viagem.
3. De experimentar alguns alimentos estranhos como por exemplo os insectos na Tailândia ou certos tipos de sementes que se vendem no supermercado.
4. Saltar de pára-quedas. Já tive mais vontade de o fazer. Hoje em dia não é uma experiência que me puxe muito, para além de que acho que congelava de medo.
Quando soube que o Andrea Bocelli vinha a Portugal fiquei em êxtase. Acho que é mesmo uma das vozes mais incríveis da actualidade e duvido muito que haja outra oportunidade para o ouvir ao vivo nos próximos anos. Mas como era só em Março de 2017, não quis comprar o bilhete com sete ou oito meses de antecedência, pensando que quando regressasse dos Estados Unidos haveria mais do que disponibilidade para o fazer. Ontem decidi ligar a RFM e qual não é o meu desgosto ao ouvir que os bilhetes estão esgotadíssimos. Agora muito provavelmente só arranjo no mercado negro ao dobro do preço. Bahhh que tristeza :(
Quando percebi, era tarde demais. Tarde demais para gestos tão simples como preparar-te café e torradas antes de saíres a correr de manhã. Ou para gestos tão complexos como ajoelhar-me aos teus pés e depositar no teu dedo o anel de diamantes mais caro que pudesse comprar. Era tarde demais para nós antes de ser sequer tempo. Como um calendário que vai virando as páginas sem o ponteiro das horas avançar. Era tarde demais sem nunca ter sido cedo. Sem nunca ter sido tempo. Curiosamente, apercebi-me disso demasiado tarde. O brilho dos teus olhos congelou o passado. O aconchego do teu sorriso embaciou o futuro. E o presente ainda não tinha sequer chegado e já era demasiado tarde para ele. Quando percebi que te amava, era tarde demais.
