Aquela Frase #15
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Não deve haver nenhum motivo especial para uma pessoa comprar um livro mas já que ontem foi o Dia Mundial do Livro, eu aproveitei para trazer mais dois para a minha estante, uma vez que me tenho portado mal nessa área e desde que cheguei dos Estados Unidos que não leio nada de nada.
Segui o conselho da Simple Girl e decidi comprar o livro que deu origem à mini série da Netflix, "13 Reasons Why", que entretanto já comecei a ler. Trouxe ainda comigo "O Segredo do Rei", um romance histórico (os meus preferidos) que fala da morte do irmão do actual rei de Espanha no Estoril, em 1956 e que estava mortinha por comprar. E agora toca de ler, sempre que a tese der um descanso!
Ela era jovem e tontinha da cabeça. Estava completamente apaixonada e não pensou em nada mais. Foi esperá-lo ao aeroporto, fazer-lhe uma surpresa. Ele estacou surpreso quando a avistou e abriu-se num sorriso imenso. Os seus olhos verdes brilharam como a água do oceano num quente dia de Verão sob os raios do sol escaldante. Deram um abraço digno de um filme - tinham-se visto no dia anterior mas era como se ele tivesse estado longe anos a fio. Trocaram daqueles beijos em câmara lenta, ela nos braços dele, o terminal de chegadas todo a olhar, eles perdidos no mundo um do outro sem pudores. E a vida toda ali, naqueles gestos tão simples e humildes. E a paixão toda ali, naqueles abraços que sufocam (e sabe tão bem morrer assim sufocado). E o amor todo ali, nos olhos que se fecham para mais um beijo eterno. Ela era jovem e tontinha da cabeça. Ele já não era assim tão jovem mas era igualmente tontinho da cabeça. Loucos um pelo outro. Estavam completamente apaixonados e não pensaram em mais nada.
Ontem fui correr os 10km da Corrida Terry Fox com o dorsal de um colega que não pôde ir. Há muito tempo que não fazia uma prova de 10km, penso que desde Junho de 2016, aquando da Corrida do Sporting porque em termos financeiros, provas com distâncias superiores acabam por ser mais proveitosas. Certo é que um mês após bater de forma irredutível o meu recorde na Meia Maratona, bati o dos 10km com uma diferença de quase 2 minutos. Podia dizer que é do facto de andar a treinar pelo menos três vezes por semana, por andar a variar os treinos e incluir neles séries e subidas em vez de apostar só na distância, por já ter perdido três dos quatro quilos que trouxe a mais comigo dos Estados Unidos ou por estar numa boa fase mentalmente no que diz respeito à corrida. Mas na verdade, o que me motivou foi isto :
Especialmente a parte do copo de vinho!
Odeio esta inconstância. Este não ser capaz de tomar uma decisão sem vacilar. Este querer e no momento seguinte já não ter a certeza de nada. Pior, querer exactamente o oposto. Esta insegurança de dizer que sim ou que não, respondendo talvez a tudo na esperança de ter um pouco mais de tempo para decidir. O medo de tomar a decisão errada leva-me a repensar vezes e vezes sem conta sobre aquilo que pretendo fazer, sobre as palavras que se me atropelam na boca mas não querem sair, sobre o caminho a trilhar, os passos a seguir. Às vezes deixo que seja o tempo a decidir por mim por cobardia. Ou decido no último segundo, na última oportunidade, ali no limite entre o aceitável e o fora de prazo. Coincidência ou não, raramente me arrependo das minhas decisões. E nunca volto atrás quando estão tomadas, embora por vezes ainda caia na tentação de imaginar como teria sido se tivesse optado pela direita e não pela esquerda ou pela banana em vez da laranja. Em casos extremos há a necessidade de fechar os olhos, inspirar fundo e deixar a consciência falar, a intuição reagir, o sexto sentido actuar. Especialmente em casos nos quais cérebro e coração travam batalhas bélicas e puxam para lados opostos, tornando estes dilemas ainda mais dilacerantes.
Gosto muito de ti mas hoje tenho uma reunião importante com o advogado e não dá para desmarcar. É por causa da casa, sabes. Vou ter de ir a tribunal e tudo, vê lá a chatice.
Tenho tantas saudades tuas e logo hoje tenho de ir visitar a minha mãe. Vai melhorando aos poucos, não tarda está em casa mas precisa de todo o meu apoio.
Preciso de um abraço teu mas tenho papelada em atraso e se não entregar os relatórios até ao dia 6 sou penalizado na avaliação. Isto vai de mal a pior, farto-me de trabalhar e o Estado não reconhece o meu valor.
Queria tanto beijar-te mas hoje há reunião de condomínio lá no prédio e fui nomeado administrador sem sequer o desejar. Lá vai ter que ser, sabes que eu gosto de desafios e que sou feliz a ajudar os outros.
Sinto tanto a tua falta mas o carro avariou e há que levá-lo ao mecânico! Combinamos o nosso encontro para outro dia, não penses que te escapas.
Estou completamente apaixonado por ti meu amor, mas hoje estou com uma dor de cabeça terrível. Ainda tive que passar no supermercado depois do trabalho e aquilo eram filas que nunca mais terminavam.
Ia comunicar-te que quero passar o resto da minha vida contigo mas não te encontro em lado nenhum. Onde andas? Mandei-te mensagem a dizer que só sonho com a nossa viagem de autocaravana pela Europa mas não me respondes. O que se passa? Encontrei o papel que deixaste em cima da mesa, no hall de entrada. “Amo-te tanto mas hoje cansei-me de esperar por ti”. Logo hoje, que tinha planos para nós.
Odeio transportes públicos. As pessoas atropelam-se, são mal educadas, não dão prioridade a idosos e crianças e pelos vistos nunca ouviram falar em "espaço pessoal". Em hora de ponta ele realmente é difícil de manter. Os joelhos batem nas malas dos turistas que vão para o aeroporto, o velho põe a mão por cima da tua (e ficas na dúvida se foi propositado), levas com o sovaco de algum gajo do ginásio do início ao fim da viagem e ainda te parece que a vizinha do lado não pára de olhar para o ecrã do teu telemóvel.
Às vezes arranjas um cantinho para de certa forma fugir da confusão e de repente aparece uma tipa que ou é cega ou então tem algum problema grave da noção espacial porque te faz uma placagem de encontro à porta e nem sequer olha para ti ou ensaia algum pedido de desculpas. E vais ali, sem conseguir respirar mais do que uma golfadinha de ar de cada vez, a olhar para a senhora que do outro lado tem um espaço vazio de meio metro mas prefere fazer conchinha comigo - se calhar as coisas não andam bem em casa e ando eu aqui a julgá-la...
Um dia gostava de ver a minha cara no metro em hora de ponta, depois de um dia de trabalho. Talvez desse para rir um bom bocado. E afinal rir é o melhor remédio.
Estou viciadíssima nesta música da Raquel Tavares! Hoje já a ouvi umas trinta vezes, sem exagero. Mais uns dias assim e não a posso ver à frente mas enquanto me faz sorrir e cantar, ponho a tocar mais umas vezes. Boas vibes para um bom início de semana!
Há seis meses atrás andava eu na boa vida, a passear por Washington D.C. Desde essa altura já muitas coisas aconteceram (incluindo o Trump viver ali pertinho do Capitólio, que está atrás de mim, e governar aquela pocaria toda) e outras permanecem na mesma. Parece que foi ontem. Bolas, a vida são mesmo dois dias e um deles já passou.