Desde pequena que tenho um fascínio por levantar a cabeça e observar o céu, especialmente quando não existem luzes que impeçam a sua contemplação em todo o seu esplendor. Aos doze ou treze anos, quando todas as minhas amigas pediam roupas ou CDs dos Morangos com Açúcar, eu pedi um telescópio para o meu aniversário. Ainda folheei um ou outro livro de astronomia mas eram demasiado complexos para a minha cabeça e nunca fui capaz de identificar correctamente as constelações.
Ainda hoje gosto muito de me sentar na varanda, no pico do Verão, só para olhar para os céus e aperceber-me que somos tão insignificantes. Sem música, sem ninguém ao lado, sem luzes, sem distracções. Apenas uma sweatshirt, uma manta e uma cadeira reclinável. Às vezes falo com a lua (tipo o Bruno Mars, estão a ver?). Gosto muito da lua, especialmente quando está cheia. Ela guarda consigo algumas das noites mais especiais da minha vida e gosto de pensar nela como um álbum de memórias.
No próximo domingo de madrugada dar-se-á o pico máximo da chuva de meteoros que nos próximos dias irá ser visível nos céus escuros de todo o mundo. No entanto, o fenómeno poderá ser observado durante várias noites e alguns planetas como Marte, Vénus e Júpiter também poderão ser vistos a olho nú. Quantos desejos conseguirei pedir, ao ver as estrelas cadentes cruzarem os céus esta noite?
A sempre super querida Simple Girl nomeou-me para este desafio dos blogs e como tal, cá está ele, acabadinho de sair do forno! Este desafio consiste em responder a 10 perguntas de quem nos nomeou e fazer outras 10 perguntas. Eis as minhas respostas:
1. Como blogger, qual ensinamento (ou alguns) darias a uma pessoa que quisesse começar a escrever e a expor as suas ideias a libertar-se, essencialmente?
Acima de tudo que escreva com o coração. Penso que se formos na ideia de fazer dinheiro ou ficarmos famosos com o blog, a coisa não começa muito bem e creio não serem essas as razões para se criar um espaço destes. Deve ser acima de tudo um sítio onde a pessoa se sinta bem, onde possa escrever o que lhe vai na alma e ser ela própria.
2. Qual é o teu filme favorito e porquê?
"A Vida é Bela". Penso que quem já viu este filme não precisa que eu explique o porquê. É uma história de amor lindíssima e comovente, capaz de apaixonar qualquer um.
3. Qual é a música que mais gostas de ouvir e que tem mais significado para ti, que aprendeste algo com ela?
A minha música preferida de sempre é a "When You Say Nothing at All" do Ronan Keating. Já perdi a conta às centenas de vezes que a ouvi desde que a descobri há muitos anos atrás. Desde esse primeiro dia que decidi que se algum dia casasse, teria de ser essa a música da primeira dança.
4. O que sentes quando algo na tua vida parece estar a desmoronar?
Sempre tive muita sorte na vida em tudo, excepto no amor. Às vezes gosto de pensar que uma pessoa se habitua às desilusões e que vai doendo menos mas infelizmente 2017 tem-me mostrado em grande que isso não é assim. Quando tudo desmorona sinto um grande vazio, não consigo pensar no futuro, e quando tudo fica mesmo negro, começo a desejar não acordar no dia seguinte. Mas penso em todas as coisas boas que estão para vir, na minha família, nas minhas cadelas e nos meus amigos e continuo a lutar mais um dia por tudo isso.
5. Quem podes afirmar que mais amas na tua vida?
A minha família, a Amora e a Oreo.
6. Qual é a tua frase favorita e porquê?
Amanhã é outro dia. Porque o tempo tem a capacidade de, talvez não curar todas as mágoas do passado, mas pelo menos atenuá-las. E amanhã irá doer menos do que doeu hoje.
7. Na tua vida o que mais agradeces de ter?
Tudo. Saúde, família, possibilidade de estudar aquilo que quis, de fazer coisas novas, viajar, duas ou três amigas verdadeiras com quem sei que posso contar para o resto da vida e as minhas cadelas.
8. Qual é o teu actor favorito?
Estou com a Simple Girl nesta: Johnny Depp, sem dúvida!
9. O que pensas quando olhas para uma pessoa e parece que ela é a pessoa que queres viver ao lado para sempre?
Uma mágoa imensa é o que sinto porque a única pessoa para quem olhei e achei que seria certamente a tal, "o homem da minha vida", a pessoa com quem iria casar e viver feliz para sempre esteve dois anos a tentar que eu me apaixonasse e quando conseguiu e eu caí de amores que nem uma idiota não se quis comprometer a sério porque tem "responsabilidades" e não quer magoar outras pessoas.
10. E por fim, o que a vida te ensinou ao longo dos anos?
O que já referi anteriormente: que o tempo atenua tudo e um dia acordamos e já esquecemos aquilo que em tempos tanto nos fez sofrer. Também aprendi que é sempre melhor viver o presente e é o que tento fazer, embora seja uma pessoa muito ansiosa que está sempre a pensar no futuro. Aprendi que nunca sabemos o que se passa na vida dos outros e portanto não devemos julgar e temos que ter em atenção que as nossas acções podem ter consequências graves das quais só nos apercebemos quando já é demasiado tarde. A vida ensinou-me que é preciso amor, sempre mais amor.
Nunca sei bem quem nomear portanto não vou nomear ninguém. Quem quiser fazer este desafio está à vontade, gostei muito de o fazer :)
Pelo segundo ano consecutivo, a nossa estadia na ilha da Madeira foi prolongada devido aos ventos fortes que se faziam sentir no aeroporto e que impediram o avião de conseguir aterrar. Pela nossa parte, ficámos extremamente chateados por termos mais dois dias de férias à pala da EasyJet...
Chato chato foi o voo de ontem ter atrasado duas horas e termos chegado a Lisboa já de madrugada mas pronto, não se pode pedir tudo.
Mais um ano se passou e apesar de muitas vezes desejar ir para outros lugares que não conheço, é sempre bom regressar à Madeira, até porque há sempre coisas novas e diferentes para fazer. Este ano realizei finalmente o sonho de mergulhar à noite e foi espectacular pois a vida marinha é completamente diferente daquela que se vê durante o dia. Para além disso, também experimentei fazer parasailing e gostei muito. Andei de catamarã e vi golfinhos em números como nunca antes tinha visto, a nadarem à frente da embarcação e a darem saltos na água com crias e tudo. Fiz a tradicional levada anual na companhia do meu pai e irmão e ainda tivemos carro alugado durante alguns dias, o que nos permitiu passear bastante pela ilha.
Resumindo, foram mais duas semanas bem passadas nesta ilha encantadora. É provável que tenham sido as últimas nos próximos anos já que vou começar a trabalhar ainda este ano (pelo menos assim espero) e é certo que irei querer guardar as poucas férias que me serão concedidas para visitar outros cantos do mundo.
Ando à procura de um flamingo. Daqueles cor de rosa insufláveis que se vêem agora muito no Instagram. É uma futilidade, eu sei. Mas meti na cabeça que queria uma coisa daquelas (ou um unicórnio, também pode ser) e agora não descanso enquanto não o encontrar. Parece que existem desses bichos no Continente mas parece que não chegaram aqui aos da Madeira. Por isso o meu biquíni de flamingos continua forever alone e não me parece que isso vá mudar em breve.
Dou por mim perdida no último andar do edifício imponente. Raramente ali estive e em ocasião alguma tive vontade de lá permanecer por mais tempo. Mas ali estou, por motivação própria, dando por mim a olhar para os elementos decorativos ali presentes, imaginando aquela vela aromática no centro da nossa mesa de madeira robusta, onde tantas refeições poderíamos partilhar. E aqueles quadros com frases alegres e motivadoras, enfaixados em molduras brancas imaculadas? Quão perfeito ficaria um desses numa parede branca do nosso futuro apartamento? Suspiro ao passar pela zona dos sofás, imaginando intermináveis tardes de domingo enroscados em mantas (e um no outro), a beber chocolate quente e a ver filmes ou a ler. Até os eletrodomésticos, outrora geringonças desprovidas de qualquer interesse que servem apenas para dar asas ao consumismo me fascinam. As camas chamam a minha atenção e um brilho matreiro trespassa-me o olhar ao imaginar as noites em branco que no aconchego daqueles lençóis poderíamos passar, os segredos que eles guardariam, a felicidade que iriam testemunhar. Vejo os utensílios de cozinha com os quais poderias fazer o nosso jantar, já que é uma tarefa que te apraz e para a qual tens jeito. Passo por um estendal da roupa e rio-me. Lembras-te de dizer que se um dia vivêssemos juntos iríamos andar à pancada para ver quem estenderia a roupa? "Capacetes já tenho" disseste. E o sorriso desvanece-se e dá aso a lágrimas de tristeza. O que fizeste comigo, N.? Como é que eu já não sou capaz de passar por uma loja de decorações para a casa e parar para pensar no quão bem ligaram aqueles candeeiros com a cor dos móveis? Que feitiço me lançaste que eu já não sou capaz de ir jantar fora sem me sentir desolada por não te ter à minha frente? O que aconteceu para me recusar a enfrentar o futuro se não te vir nele? Como é que eu penso em ti ao acordar, ao deitar e em todos os minutos entre essas duas acções e depois o meu subconsciente ainda te traz de volta nos meus sonhos? Bolas, quem sou eu desde que te imiscuiste na minha vida sem pensar nas consequências? O que me aconteceu, N.? O que nos foi acontecer?
