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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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Desafio 34: TAG de Primavera

   Não me recordo da última vez que fiz um desafio aqui no blog, o que quer dizer que já lá vai algum tempo. A espectacular e querida Simple Girl nomeou-me para este, que me deixa super contente só pelo simples facto de ser sobre a Primavera! Não vou nomear ninguém porque sou um ser muito anti-social. 

 

1) Qual a temperatura ideal para um dia de Primavera perfeito?

Vinte e dois graus. Foi assim o primeiro número que me subiu à cabeça. Com vinte e dois graus, sem vento e com sol, já sou menina para ir à praia e começar a trabalhar para o bronze. No ano passado, o meu primeiro dia de praia foi em Fevereiro. Este ano está complicado, vamos ver se Abril dá alguma aberta para eu poder finalmente ganhar algumas cores.

 

2) Se te pedisse uma sugestão de passeio para estes dias mais floridos, qual seria?

Disneyland? Fica um bocado caro para um dia de passeio. Talvez algo mais rupestre seja preferível, um passeio pelo campo, no meio das flores (aqui estou à espera que os campos de lavanda se abram em todo o seu esplendor para ir passear no meio deles).

 

3) Se tivesses de escolher uma cor para esta Primavera qual seria?

Pensei no amarelo por causa do sol. É uma cor viva e alegre, as pessoas deviam usar mais amarelo.

 

4) O que esta estação significa para ti?

Diria que é uma estação de esperança. Depois de um Inverno frio e chuvoso, aparece a Primavera com a sua beleza incomparável, os pássaros a cantar nas árvores, os dias longos, o pôr-do-sol maravilhoso, o cheiro das árvores em flor. É sem dúvida a estação dos cinco sentidos.

 

5) Qual será, do teu ponto de vista, o grande acontecimento desta Primavera (seja pessoal ou público)?

Não faço a mais pequena ideia. Tenho muitos planos grandiosos para esta Primavera mas sou incapaz de escolher um acontecimento pessoal específico. Quanto ao público, também não poderia dizer pois tenho andado afastada de notícias. 

Os Planetas Alinham-se

   A vida é feita de altos e baixos e nós vamos sentados numa carruagem que vai avançando sem pausas pelos carris, às vezes caíndo a pique de uma altura considerável, outras vezes subindo até às nuvens, e tantas outras mantendo um passo constante e acertado, sem grandes oscilações de velocidade ou altura. 

   E se no ano passado a minha vida foi uma espécie de montanha russa daquelas que deixam uma pessoa a vomitar, com mortais à retaguarda, loops, quedas brutais e aterragens dentro de água, passagens em túneis sombrios e peripécias intermináveis, este ano está numa ascenção constante que me deixa ao mesmo tempo em êxtase e ansiosa, com receio que de um dia para o outro, surja no horizonte aquela descida implacável.

   Este ano começei a implementar ideias positivas na minha cabeça e a apreciar as pequenas coisas da vida como se fossem as únicas. Beber um chá tornou-se um ritual. Sair para correr já não é um treino mas antes um momento de descontracção e pura alegria. Comecei a ler muito mais, a apreciar cada dentada que dou na comida, e até sou mais feliz no trabalho.

   Aqui na clínica, fazemos rotações de três semanas. Por erro do nosso chefe a fazer o planeamento, a primeira semana de Abril é igual à última de Março. Mas eu não reparei porque para a semana estou de férias e quando uma das minhas colegas se deu conta, já era tarde para estar a alterar tudo. Este erro fortuito fez com que eu ficasse com o fim-de-semana livre na altura da maratona de Genebra. E quando fui ver, também tinha livre o fim-de-semana em que os meus pais vão até Veneza para fazer um cruzeiro que parte dessa maravilhosa cidade italiana. Pensei "posso guardar o dinheiro para mais tarde investir numa casa, ou para pagar eventuais despesas...ou então posso ir viver o momento e passar dois dias em família em Veneza". E pronto, não querem que vos diga qual opção escolhi, pois não?

   Numa manhã marquei o voo a pensar que mais valia gastar o dinheiro que tinha e ser feliz, e na mesma tarde recebo uma chamada a dizer que tinha ganho o prémio de melhor aluna diplomada da Universidade Lusófona do ano lectivo 2016/2017. Um prémio não apenas em formato de diploma mas também em formato de cheque gordinho, que me leva a pensar que realmente pensamentos positivos atraem coisas positivas. Este ano parece que todos os planetas se alinham na minha vida, ainda estou meio incrédula. Mas é de aproveitar.

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Celebra

   Celebra o nascer de um novo dia ou o final do mesmo. Celebra os dois se puderes. Celebra o café fumegante numa chávena personalizada pela manhã e o sol radioso que irrompe pelo quarto adentro às oito da manhã. Celebra as pequenas conquistas do dia a dia da mesma forma que celebras as grandes vitórias. Celebra mesmo as derrotas, pois é com elas que aprendes. Celebra os abraços e os beijos, os sorrisos e as gargalhadas. Celebra os dias cinzentos e chuvosos, bem como o vento ou o frio. Celebra as estações do ano, o exercício físico, o trabalho. Celebra o facto de poderes caminhar, ver, ouvir, sentir. Celebra a comida que tens à frente, seja uma salada sem gosto ou um hambúrguer delicioso. Celebra as pausas para respirar, a presença da família, as aventuras, nem que seja ir até ao fundo da rua e voltar. Celebra os dias bons e os dias maus, como se fossem os últimos que te fossem concedidos. Celebra tudo, pois só assim serás capaz de celebrar a vida com todas as tuas entranhas.

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Ontem Enlouqueci

   Último treino longo antes da maratona de Paris, um número de quilómetros como não via desde Setembro do ano passado (trinta e cinco, para ser exacta), o despertador a tocar às seis da manhã, chuva e frio do outro lado da janela, um caminho solitário. Aos nove quilómetros já sinto as pernas cansadas. Ainda não recuperaram da meia maratona de Lisboa que fiz no domingo passado. A partir dos quatorze a chuva cai com maior intensidade. Aos dezasseis e meio decido dar meia volta, deixando cair por terra o objectivo dos trinta e cinco e pensando que trinta e dois já não é mau.

   Lá chego ao ponto de partida mas ainda sou capaz de arrastar as pernas para o lado contrário. Faço um percurso em círculo e o relógio ultrapassa os trinta e três. Será que dá para mais um? Vou até à marina. Trinta e quatro. Vou ficar a mil metros do objectivo último? Claro que não. Mais umas voltinhas, a ritmo de caracol, uma respiração entrecortada, com a sensação de que vou cair para o lado a qualquer instante. Assim que o relógio marca os trinta e cinco páro e arrasto-me até casa. Choro de alegria, de alívio, de orgulho enquanto alongo. Acho que nunca chorei depois de um treino mas este foi mesmo duro mentalmente, achei que não ia conseguir e depois superei a minha própria mente. Estou pronta para Paris.

   Entretanto começo a pensar que se fizer a minha segunda maratona do ano lá mais para Outubro ou Novembro, vou ter de recomeçar praticamente do zero e voltar a repetir todos estes treinos longos que, tenho de admitir, às vezes são infernais (mas vale tudo a pena só para ter aquele momento de cruzar a linha de chegada). E começo a pesquisar maratonas aqui na região ou no norte de Itália ou até mesmo Suiça para Maio. E de repente estou inscrita para a maratona de Genebra, quatro semanas depois de Paris e vou finalmente pousar os pés num país que há muito quero visitar. Deste modo ficam feitas as duas maratonas anuais e não tenho que fazer treinos longos entre ambas.

   A maior parte das pessoas chamam-me louca. Eu concordo. Louca apaixonada pela vida.

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Inverno Esquecido

   Os pássaros chilreiam lá fora ao mesmo tempo que o sol se põe. A temperatura está amena, passear à beira mar sem casaco começa a tornar-se muito agradável. A Primavera chegou finalmente e para a semana muda a hora. 

   Estendida na cama, vou vendo as horas passar languidamente ao mesmo tempo que penso em ti. O calor do teu corpo junto ao meu faz-me falta. Fumo um cigarro, de olhar perdido no vazio, evitando o telemóvel que repousa em silêncio a meu lado. Suspiro. Podíamos ter sido tanta coisa, vou pensando, balançando as pernas de forma irrequieta de um lado para o outro, imaginando que se aqui estivesses as podias entrelaçar entre as tuas para não te deixar fugir.

   Hoje somos fumo, passado, memória. Somos como o Inverno que agora termina para dar lugar a uma nova estação. E para o ano é substituído por outro Inverno semelhante e já não existem vestígios deste a não ser nos registos. Encho o copo com mais uma boa porção de vinho tinto e levanto a taça, brindando sozinha com o riso rouco e um sorriso irónico no rosto. Mais um copo e seremos Inverno esquecido.

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Casa

   Há sempre aquela lágrima que teima em cair durante a descolagem e a cabeça que não pára de fazer contas enquanto o avião atravessa as nuvens. Quantos meses até voltar a ver o rosto do meu avô iluminar-se por me vislumbrar, quantas semanas até poder enfiar o nariz no pêlo da minha cadela para lhe sentir o cheiro característico, quantas noites para poder rever a minha almofada, quantos dias para estar de novo nos braços de quem mais amo?

   O primeiro dia custa. Mas depois mergulha-se no trabalho e passa. E há um dia em que se dorme 9 horas, o sol bate no vidro do quarto pela manhã, só se trabalha à noite e é-se invadido por uma vontade louca de sorrir sem razão aparente.

   Afinal, o que falta para termos tudo? Nada, não falta nada. E esse tudo estará à espera quando todos os objectivos forem cumpridos e for hora de regressar a casa. 

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Aeroportos

Há qualquer coisa de especial nos aeroportos. Por viajar de forma regular, aprendi a observar os transeuntes que por mim passam para matar o tempo de espera. Há os solitários que viajam em trabalho, vestidos a rigor dentro de fatos impecáveis e pasta debaixo do braço ou mala de cabine último modelo aos pés. Há aqueles que viajam em família, com bebés e crianças aos gritos, vinte malas para despachar para o porão, o carregador do tablet que ficou para trás -  e agora como é que vamos entreter o puto de três anos num voo de quatro horas? Há os apaixonados que vão descobrir em breve que viajar em casal nem sempre é fácil ou aqueles que já fizeram tantas viagens juntos que já não podem partir um sem o outro. Há os jovens que rumam em grupo à aventura e de vez em quando há miúdas solitárias de mochila às costas e olhar desafiador estampado no rosto (será que me identifico?). Há os que sorriem e se abraçam e os que choram copiosamente. Há os que emigram e aqueles que chegam a um destino desconhecido onde uma nova vida os aguarda. Há os que aguardam pacientemente na sala de embarque enquanto lêem um livro e os que batem o pé e se levantam do assento para irem verificar o ecrã das partidas a cada cinco minutos. Há os que não dispensam um café (sim, sou eu) e os que aproveitam para fazer uma refeição ligeira antes do embarque. Há novos e velhos, ricos e menos afortunados, felizes e tristes, os que chegam com quase três horas de antecedência e os que são obrigados a correr até à porta de embarque. Há línguas, culturas, costumes e personalidades que nunca mais acabam num aeroporto e eu gosto de ficar assim a imaginar para onde irão todas estas pessoas, de onde vêm  qual a sua história e o que vai na mente deles. Os aeroportos têm qualquer coisa de especial que me faz viajar ainda antes do avião ter descolado.

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 PS: estou neste momento a viajar para casa, pelo que o blog ficará em stand by até à próxima semana para que possa aproveitar a 100% todo e cada segundo junto dos meus. Até já!