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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

A Teu Lado

   Hoje queria permanecer assim a teu lado, deitados sobre a areia macia, debaixo de um céu coberto de estrelas. Encostar a cabeça ao teu peito e deixar que o som do teu coração se confundisse com o das ondas a embater na praia, iluminada apenas pelo reflexo solar numa lua praticamente cheia. Fechar os olhos e sentir a tua respiração no meu cabelo, sem pensar em nada, sem nada sentir a não ser gratidão. Entrelaçar os dedos nos teus e provar desses lábios tentadores onde um sorriso se desenharia aquando do cruzar dos nossos olhares. Adormecer na curva do teu pescoço, no esconderijo dos teus braços, no sossego das tuas carícias. Permanecer assim, simplesmente. Sem artifícios, sem complicações, sem dúvidas. Apenas a pensar que isto do amor, é coisa fácil. A nossa mente é que tende a complicar.

Veneza

   Mais um fim de semana de três dias, mais uma oportunidade para fugir de Cannes e desta vez me encontrar em Veneza com os meus pais, que iam fazer um cruzeiro com início nesta cidade italiana. Veneza dispensa apresentações e, mesmo seis anos depois de lá ter estado pela primeira vez, continua a fascinar-me com as suas ruas estreitas, as pontes que cruzam os canais, a magia da Praça de São Marcos e as suas dezenas de igrejas.

   Estive lá em 2012 quando fiz o interrail e como o meu orçamento não dava para muito, limitámo-nos a explorar a cidade a pé e a visitar tudo o que era gratuito. Desta vez, e também porque estava com os meus pais, deu para fazer um passeio de gôndola, uma visita guiada à Basílica de São Marco e ao Palácio Ducal e um passeio às ilhas de Murano (conhecida mundialmente pelas suas famosas obras em vidro), Torcello (que chegou a ser a capital ali da zona e hoje em dia tem apenas onze habitantes) e Burano (famosa pelas casas coloridas dos pescadores que habitam a ilha). Foi sem dúvida também um fim-de-semana extremamente gastronómico, onde o gelado italiano, a pizza, as massas com frutos do mar e o tomate com mozzarella não puderam faltar.

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Os gelados Suso são provavelmente os melhores de toda Veneza e arredores

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Clássica foto para a Igreja de São Jorge

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Ponte dos Suspiros

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Ponte Rialto ao pôr-do-sol

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 A ilha de Burano

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Ponte Rialto vazia às seis da manhã

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Praça de São Marcos vazia às seis da manhã

 Depois do sonho italiano terminado, é hora de enfrentar mais duas semanas de realidade antes de rumar a Lisboa para as festas numa visita relâmpago e depois dar um salto à Bélgica e ao Luxemburgo.

Questões Questões...

   Uma das coisas que me pergunto quando entro numa relação é - quanto tempo se deve esperar antes de abordar certos assuntos mais delicados? Três meses? Seis? Um ano? Cinco? 

   Com assuntos delicados quero dizer, por exemplo, a temática do "quero ou não casar" ou "quero ou não ter filhos" mas também assuntos que envolvam objectivos de vida, planos futuros, etc. Penso que se a relação for séria não se deve adiar muito porque é estranho ao fim de três anos com uma pessoa descobrir que o maior sonho da vida dela é ter uma criança enquanto nós rejeitamos por completo a hipótese de um dia vir a ter um filho.

   Passaram cinco meses desde que comecei a namorar com o J. e sinto que há coisas importantes a discutir. Sei que em relação a casamento estamos ambos de acordo - queremos casar. Ele é o mais novo de três irmãos que casaram cedo com as primeiras namoradas de liceu portanto suspeito que sinta alguma pressão para se casar em breve, até porque já tem 33 anos. Eu, pelo contrário, não tenho pressa absolutamente nenhuma. Quero ter a certeza de que é o passo certo, com a pessoa certa, e para isso preciso ainda de vários anos. 

   Já a questão de ter descendência é mais delicada. Ele tem as iniciais dos quatro sobrinhos tatuadas no corpo. Vê-se que lhes tem um amor incondicional, que adora crianças e que quer ter filhos. Já eu, fujo de pequenos seres humanos. Metem-me medo e não me vejo de todo num restaurante com uma criança aos berros ou a correr pela praia fora atrás dela porque não quer pôr um chapéu na cabeça. Pode ser egoísta, sim, mas não me vejo a ter essa responsabilidade, esse encargo para a vida toda, e quando penso em todo o dinheiro que um pequeno ser humano consome...nop, nop, nop.

   Outra coisa sobre a qual teremos que discutir brevemente será os planos que temos para os próximos anos. O meu namorado está à espera que eu regresse a Portugal em Outubro, que arranje trabalho por lá, que passados alguns meses me mude para casa dele e que a partir daí possamos começar uma vida a dois. Pelo menos é o que leio no seu olhar. Mas e se eu quiser ficar mais uns meses em Cannes? Ou se pretender ficar mais dois ou três anos em casa dos meus pais para poupar algum dinheiro? Como lhe digo que antes dos trinta me quero despedir e ir viajar pelo mundo até a minha conta chegar a zeros? Será que ele era aventureiro o suficiente para vender o carro e a casa e vir comigo? Duvido. Será que me vai obrigar a escolher entre a relação ou um dos maiores sonhos da minha vida? Possível. Será que vai ficar magoado por não lhe ter comunicado os meus planos depois de lhe dizer o meu nome e idade? Quem sabe.

   São muitas as perguntas às quais não tenho resposta ainda, podendo apenas especular acerca do assunto. Quando fizer a minha visita relâmpago a Lisboa em meados de Junho, vou abordar alguns temas, nomeadamente este último, e a partir daí decidir um pouco também o meu futuro.

   Há dias em que acho que sou uma egoísta de primeira. Há outros em que me digo que se não for atrás dos meus sonhos, me irei arrepender para sempre e nunca conseguirei ser feliz como sou por exemplo actualmente, mesmo longe da família, dos amigos, da pátria. No fundo, no fundo, eu sei bem o que quero. Mas também sei bem o que não quero - magoar um homem maravilhoso que todos os dias faz questão de dizer aquilo que o príncipe Harry disse à sua noiva no dia do casamento - que é um sortudo por me ter e que estou muito bonita.

Festival de Cinema de Cannes

   Pois é, chegou a altura do maior evento anual do Sul de França e arredores, aquele que todos os anos atrai centenas de estrelas da cinematografia (e não só) e milhares de turistas, curiosos, fãs e maluquinhos da cabeça que se passeiam por aí com roupas extravagantes, óculos de sol à meia noite e seguramente com a convição de serem a última bolacha do pacote.

   Eu adoro Cannes pela sua calma. Mas também adoro este burburinho que desde o início de Maio se instalou pela cidade. A Croisette está praticamente vedada aos carros, o que se traduz por mais espaço para os transeuntes que usam as suas pernas para se deslocarem. Há fotógrafos em cada canto, massas de gente à porta dos hotéis e muita animação nas principais praias e restaurantes (apesar de, infelizmente, tudo isto ser muito exclusivo e portanto, reservado às estrelas ou a quem tem convites). Todas as noites do festival há cinema ao ar livre na praia com entrada gratuita. Só descobri isto ontem e por isso vou aproveitar para ir hoje, uma vez que depois retomo o horário noturno e o festival acaba já dentro de pouco tempo.

   Não vi nenhuma grande estrela enquanto passeava à beira mar nestes últimos dias mas também não andei à procura delas. Adorava ver a Cate Blanchett, uma vez que esta actriz está no meu top 3 das preferidas mas ela não anda propriamente por aí a fazer turismo. Vi o Franck Dubosc a passar ao meu lado, que para quem não sabe é um famoso comediante francês com um vasto currículo na cinematografia. Há uns dias atrás, passou outro tipo baixinho por mim, de chapéu na cabeça e óculos escuros, em passo mais ou menos apressado. Ainda parei, hesitante, mas depois segui caminho. Hoje arrependo-me. Fiquei mesmo na dúvida se era o Roberto Benigni ou não porque sei que ele também cá está. "A Vida é Bela" é o filme da minha vida portanto se era ele...perdi a oportunidade de trocar umas palavras com um génio e, quem sabe, de tirar uma selfie com ele. Mas acho que nunca saberei se era realmente ele ou não...

   Não vi Irina Shayk's, nem Ritas Pereira, nem Saras Sampaio e também não sei muito bem o que vieram fazer a um prestigiado festival de cinema a não ser show off. Mas isto é só dor de cotovelo a falar por não me deixarem desfilar na passadeira vermelha.

O festival acaba no sábado e já não falta muito para que Cannes volte a retomar a tranquilidade do costume. Bem, não será por muito tempo porque já não passam dois dias sem que se aviste ao longe um navio de cruzeiros e os turistas veraneantes vão começar a chegar à Côte d'Azur já a partir de meados de Junho, tornando as minhas saídas para correr em verdadeiras provas de obstáculo.

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 Por aqui passam dezenas de estrelas todas as noites

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 Cinema ao ar livre na praia da Croisette

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 Croisette by night durante o festival

Memórias do Facebook

   Se as memórias do Facebook tivessem cor, seriam do tom dos teus olhos verdes brilhantes que naquele dia se encheram de lágrimas.

   Se as memórias do Facebook tivessem som, soariam como os meus soluços intermináveis quando, depois de estacionares o carro à porta de minha casa, me abraçaste com força e disseste ao meu ouvido que a nossa história não acabava ali, que ainda íamos viver tanta coisa juntos.

   Se as memórias do Facebook tivessem tacto, sentiria as gotas de chuva que naquela manhã tombaram, pesadas, sobre as nossas cabeças, o céu já adivinhando o que estava por vir, a dor que me revolvia as entranhas, a mágoa que me consumia havia semanas, a dúvida que pairava na minha mente desde o princípio.

   Se as memórias do Facebook tivessem odor, espelhariam o perfume de farmácia que sempre usavas e que eu conseguiria identificar por entre mil outros perfumes e cheiros, impregnando as tuas roupas com um aroma que eu fazia questão de aspirar de cada vez que me permitias mergulhar o nariz na tua roupa e que tantas vezes já pensei em comprar só para me torturar mais um pouco a cada minuto que passo na companhia da tua ausência.

   Se as memórias do Facebook tivessem paladar, teriam o sabor da amargura daquele dia, o dia em que o nosso castelo já frágil desmoronou por completo, engolido pelas minhas palavras duras, como um castelo construído à beira mar que num segundo se transforma numa pilha de areia amorfa após a chegada de uma onda mais forte. Teriam o gosto do desespero, da tristeza, de semanas difíceis de luta para me manter à superfície, da força que fiz para conseguir sair da cama em certos dias, das noites intermináveis passadas a chorar agarrada à almofada e do instalar de uma depressão que me levou meses de vida.

   Se as memórias do Facebook soubessem tudo, recordar-me-iam que este foi provavelmente o dia mais triste da minha vida. Mas ainda bem que não sabem tudo porque memórias assim são duras de recordar.

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Para Onde

   Devia ter uns doze anos quando, num dia de calor imenso durante o qual se refugiava dentro de casa, descobriu um mapa mundo de tamanho colossal que pertencia ao avô. Abriu-o numa página ao calhas e começou a estudar percursos. Tarde após tarde, quando o sol atingia o seu pico lá no alto e se tornava difícil respirar lá fora, a rapariga tirava o livro da estante e colocava-o em cima da mesa da sala de jantar. Sempre se fazia acompanhar por folhas de papel virgens e canetas de várias cores para poder ir tirando notas e fazer algumas observações. Acontecia ficar por ali entretida até a lua surgir por detrás dos montes a indicar o final de mais um dia.

   Passou o Verão inteiro à descoberta de países e nações sem nunca sair da sua cadeira mas em momento algum ficou com a sensação de ter perdido fosse o que fosse daquelas tardes preguiçosas. Não sabia como, nem quando, muito menos com quem. Sabia para onde e isso chegava-lhe perfeitamente.

   Anos depois, ainda olha para o mapa mundo com o mesmo fascínio e nele traça rotas imaginárias repletas de descobertas e aventuras. Lá vai descobrindo como, encaixando o quando, inventando o com quem (mas as preferidas são consigo própria) e continua a saber muito bem para onde.

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À 5a foi de vez

   Um dia tive um sonho. Mas era um sonho irrealista. Queria correr em Boston, percorrer os 42,195 quilómetros da maratona mais famosa e prestigiada do mundo. Não está ao alcance de todos realizar a inscrição. Não estava ao meu alcance, nem naquela altura, nem estaria nunca, julgava eu. 

   Para alcançar a qualificação existem tempos mínimos a fazer, que variam segundo a idade e o sexo. Para as mulheres entre os 18 e os 34 anos, esse tempo é de 3h35. Mas nos últimos anos tem havido tantas inscrições que as últimas classificadas desta categoria têm tempos de qualificação de 3h32 ou 3h33.

   Depois de no ano passado fazer Lisboa em 3h45 nem sequer me ocorreu. Já tinha tirado mais de meia hora em tempo à minha primeira maratona e não me via baixar muito mais. Veio o Nice-Cannes e atingi as 3h37. Uma surpresa, uma esperança, a ponta de um iceberg. Ainda assim, reduzir quatro minutos parecia impossível. Veio Paris e eu sabia que não seria ali. Cometi erros atrás de erros nos dias anteriores à prova. E na verdade estava ali para apreciar o caminho e não para pensar em tempos. 3h38 e o sonho a afastar-se.

   Genebra. Sabia que o percurso era rápido. Depois li que metade dos participantes do ano anterior tinham batido o recorde pessoal da maratona naquela prova. Comecei a ver vídeos motivacionais todas as noites. Treinei com mais afinco. Incluí séries e treinos de força nos meus planos, apesar de não gostar nada. Tive mais cuidado com a alimentação. Acreditei que seria possível. E se não fosse ali, não sei se algum dia voltaria a ser.

   No domingo, dia da prova, acordei com dores musculares por ter caminhado tanto nos dias anteriores por Genebra. Primeira chapada na cara. Ao quilómetro 15 vi o senhor da bandeira das 3h30 fugir de mim a toda a velocidade. Segunda chapada. Vinte e cinco graus ao sol, percurso pelo meio do campo, público quase nulo. Terceira, quarta e quinta chapada. Boston não era e não seria nunca para mim. Estava em sofrimento. Decidi continuar ao meu ritmo e cantar as músicas que iam tocando na minha playlist. Apreciei a paisagem. Sorri para a dor. Agradeci todos os incentivos ao longo do percurso. E sem saber como, devagarinho, lá me voltei a aproximar da bandeirinha das 3h30. Ao quilómetro 33, numa descida, alcancei-a. E depois dessa descida, ultrapassei-a. Naquele momento soube que não somente era possível como o ia fazer. Já não iria adormecer nunca mais de lágrimas nos olhos a imaginar como seria cruzar a meta de uma maratona sabendo que acabara de me qualificar para Boston. Bastava voltar aquele instante.

   Cruzei a meta em 3 horas, 30 minutos e 21 segundos. Chorei. Chorei tanto. Antes de receber a medalha, durante, depois, enquanto comia e bebia e a caminho do aeroporto. Correr Boston é o sonho dos sonhos de qualquer maratonista amador. E eu consegui a qualificação. Se tudo correr bem, no dia 15 de Abril de 2019 lá estarei, a defender com orgulho as cores de Portugal.

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Genebra

   Passei os últimos três dias em Genebra, aliando duas das coisas que mais me apaixonam neste mundo - viajar e correr. Foram três dias de muito passeio, muito esforço mas essencialmente de prazer e felicidade.

   Genebra é uma cidade extremamente multicultural, onde se ouvem falar todas as línguas e se encontram pessoas dos quatro cantos do mundo. Isto deve-se ao facto da cidade ser a casa de numerosas organizações internacionais, nomeadamente da ONU, da Cruz Vermelha e da UNESCO. É também considerada uma das cidades com melhor qualidade de vida do mundo e percebe-se bem porquê quando se percorrem as suas ruas.

   Apanhei um tempo de Verão, excepto no primeiro dia, onde a ausência de sol se fez sentir na temperatura. Havia flores por todo o lado, os jardins estavam muito bem cuidados, patos e cisnes nadavam felizes no lago Léman e o Mont Blanc podia ser avistado de tempos a tempos, quando as nuvens das montanhas em redor se dissipavam e deixavam vislubrar um cenário de cortar a respiração.

   No primeiro dia visitei a sede das Nações Unidas e aprendi um pouco sobre a história desta organização, dos seus objectivos e de tudo o que se passa naquelas conferências internacionais que tantas vezes vemos passar nos noticiários. É uma visita de uma hora que recomendo a toda a gente que visite Genebra. Nesse dia ainda dei um passeio ao longo do lago e entrei nos "Bains de Paquis", uma zona balnear muito popular por entre os habitantes da cidade, que aproveitam o bom tempo para bronzear e se divertir naquelas águas tranquilas.

   O segundo dia foi dedicado a explorar a parte velha da cidade, a descobrir cada fonte, a cheirar cada flor, a tirar uma fotografia a cada recanto. Perdi-me nas ruelas vedadas ao trânsito, descobri-me nos monumentos mais emblemáticos, observei turistas e locais sentada num banco de jardim enquanto sintetizava vitamina D, andei pelas lojas e apanhei o barco para atravessar o lago. Foi um dia muito bem passado onde, uma vez mais, exagerei na distância percorrida, tendo em conta que no domingo iria fazer 42 km a correr...

   O último dia foi portanto dedicado à maratona, da qual falarei aqui quando tiver as fotografias oficiais. Estou de regresso à realidade mas na verdade já a pensar na próxima escapadinha, que está aí já ao virar da esquina.

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 United Nations Office

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 A mítica sala dos Direitos Humanos

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 Flores everywhere

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 Perdida na parte antiga da cidade

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 Muitas fontes lindíssimas pela cidade

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 Place du Bourg de Four

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 Lac Léman

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O símbolo da cidade, o Jet d'Eau

Pensamentos Soltos

   Ia perto de duzentos e trinta e cinco mil quando me perdi no número de vezes que hoje pensei em ti. Sorrio para mim própria, envergonhada, no silêncio do meu quarto que se vê inundado pela claridade do fim da manhã, constatando que vou ter que acrescentar mais um algarismo ao número final pois neste preciso instante sinto os teus lábios virem tocar com doçura o meu ombro salgado da água do mar, enquanto as tuas mãos me afastam os cabelos beijados pelo sol para que o meu pescoço fique exposto à impetuosidade dos teus lábios húmidos e aconchegantes.

   O ar quente exalado das tuas narinas vem bater de encontro à minha orelha. Arrepio-me. Todos os pêlos dos meus braços se eriçam enquanto a tua boca segue sem pressa a curva da minha mandíbula. Afundo a cabeça no teu peito, os olhos fechados, a boca entreaberta, um gemido suspenso.

   Vens reclamar o que é teu por direito e apoderas-te dos meus lábios, nos quais já se adivinha um sorriso atrevido, enquanto puxo pela tua camisola sem grande habilidade para libertar o teu corpo das suas fibras. Sussurras o meu nome ao ouvido, por entre dois beijos e uma carícia no cabelo e suspiras quando a minha saia te tomba aos pés sem aviso prévio, momentos antes de cairmos ambos sobre os lençóis brancos da cama, que ainda trazem com eles o cheiro aromático do detergente da roupa.

   Batem à porta e desvaneces-te de imediato. Estou sentada à secretária, uma caneta na mão. O papel sobre a mesa conta a nossa história. Fecho o caderno e vou ver o que me querem.

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