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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

Éze

   Éze também era uma aldeia que sempre esteve no mapa desde que aqui cheguei e que nunca tive oportunidade de visitar. Situa-se no topo de uma colina, não muito longe de Nice, e tem uma vista soberba sobre a Côte d'Azur.

   As principais atracções da aldeia são o castelo, o jardim botânico e o luxuoso hotel "La Chèvre d'Or". As ruelas têm essencialmente muitas lojas de artesanato e pequenos cafés agradáveis e o turismo é o principal meio de sustentação dos habitantes. O museu Fragonard também é visitado por muita gente. Pessoalmente adorei perder-me pelas ruelas desta aldeia e procurar os lugares mais fotogénicos e bonitos. É um excelente programa para quem está em Nice e tem meio dia sem nada de programado.

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Sonho de Menina

A propósito de um texto que li esta manhã no Facebook.

 

   Para mim nunca foi um sonho de menina. Foi algo que me ocorreu já com quinze anos, um sonho de adolescente, se assim o quiserem chamar. Um sonho que envolvia salvar animais da morte dia após dia, lidar com pessoas agradecidas, trazer ao mundo cachorrinhos e gatinhos e vê-los crescer. Na faculdade vivi o sonho. Foram os melhores anos da minha vida. Tínhamos tudo à nossa disposição, estávamos protegidos dentro de uma bolha, as espectativas eram elevadas, estávamos perante uma profissão de sonho. 

   Cá fora esse sonho de menina, de adolescente ou até de adulta esfumou-se, perante uma realidade cruel e fria. Tanta coisa que ninguém nos ensinou na escola. Tantas tristezas que se esqueceram de mencionar. Tantas dúvidas ao longo deste caminho solitário, durante o qual somos tantas vezes insultados, humilhados, espezinhados. Ouso usar a palavra arrependimento por um dia ter tido aquele sonho de menina (adolescente). Se não o tivesse tido, estaria certamente noutro caminho, talvez melhor, talvez pior. Mas tive esse sonho de menina. Ainda hoje o tenho, ainda hoje procuro por ele no meio da papelada das eutanásias, por entre consultas de animais que deviam ter vindo ao veterinário há dois dias atrás, ou há duas semanas, ou até há dois meses e para os quais poderá agora ser tarde de mais. Procuro por ele nos orçamentos que vejo e revejo vezes sem conta até que os donos (que por acaso estacionaram à porta da clínica num Porsche) estejam de acordo para pagar o que é pedido, e não mais do que o necessário. Suspiro por ele nas noites de vigília interminável, nas horas em que todos os demónios acordam e te põem a refletir sobre a vida. Vejo-o moribundo quando, no final do mês, olho para o meu salário e constato que ganharia mais a lavar pratos num restaurante. 

   Às vezes consigo viver esse sonho através dos olhos de um gato que, apesar de não se conseguir levantar, me pede festas com a cabeça. Ou na alegria de um cachorro que dá à cauda depois de ser operado a uma fratura. Até mesmo no sorriso de alguém que parte reconfortado para casa com o seu animal a meio da noite, sabendo que este não tem nada de grave. Às vezes, o sonho está presente. Mas é preciso imaginação e energia para o manter vivo e o que resta no fim de um turno são apenas centelhas daquele sonho de menina.

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Calanques de Cassis

   Um outro local que fui conhecer enquanto o J. cá estava foi as Calanques de Cassis, que se traduz por "enseadas de Cassis" (que é uma pequena cidade a alguns quilómetros de Marseille). Existem mais de uma dezena de calanques mas nós só visitámos duas, consideradas das mais bonitas de todas. As calanques são na verdade um dos parques nacionais mais antigos de França e possuem uma biodiversidade de fauna e flora importante. 

   Nesta altura do ano de grande afluência turística, os parques de estacionamento mais perto destas enseadas estão encerrados, obrigando a longas e extenuantes caminhadas que acabam por afastar muita gente. No primeiro dia deixámos a carro a duas horas de distância a pé da Calanque d'en Vau mas suspeitamos que havia um caminho mais curto e fácil porque havia bastante gente na praia quando chegámos, incluindo crianças. Nesse mesmo dia, no regresso, perdemo-nos e acabámos por andar mais dois quilómetros em vão (foram 18 no total), já sem água, com pouca comida no estômago, e uma fadiga extrema.

   A caminhada do dia seguinte para a Calanque de Sormiou foi muito mais fácil. Levou apenas 40 minutos e não foi preciso usarmos as mãos para escalar uma montanha que nem cabras, como acontecera no dia anterior. 

   Penso que ambos preferimos a Calanque d'en Vau mas foi pena ser tão dura de atingir a pé, ainda pior quando se vai mal precavido (honestamente achei que haveria um bar lá em baixo mas por um lado ainda bem que não havia, para diminuir a pegada humana num local tão belo). Se tiverem algum tempo para dedicar ao sul de França, é mais um local a pôr na lista!

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 Calanque d'en Vau

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 Calanque d'en Vau com a praia ao longe

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 O porto da Calanque de Sormiou

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 A única "calanque" com vigilância e bar junto à praia

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Amor Simples

   Ela queria viver um amor platónico, daqueles tão utópicos e complicados que quase viravam impossíveis (só não podia chegar a este patamar porque, tornando-se impossível, já de nada lhe servia). Sonhava com um romance na penumbra, ignorado pelos outros, um segredo bem guardado, aclamado por todos os realizadores de filmes melodramáticos. Imaginava uma paixão perfeita, sem dúvidas, questões, hesitações, problemas. Visualizava na sua mente um amor eterno, uma afeição divina, um desejo magistral. 

   Um dia, sem esperar, saiu-lhe na rifa um amor simples e imperfeito e percebeu que afinal, era aquela a melhor forma de amar.

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Foi merecido

   Vinte anos depois da primeira vez, a França atinge novamente hoje o estatuto de equipa campeã do mundo em futebol. Confesso que no penúltimo jogo estive a torcer pela Bélgica, e neste último pela Croácia. Nunca fui muito fã de franceses e nem mesmo vivendo aqui há nove meses torci por eles. No entanto, foi uma vitória merecida porque é uma equipa com uma táctica muito particular, muito limpa, muito objetiva. É uma equipa que não precisa de fazer muitos lances nem ter posse de bola. Basta um canto, um lance de bola parada, e também um nadinha de sorte. Ainda pensei participar nos festejos mas para além de estar cansada (a velhice já pesa), achei que talvez fosse um bocadito hipócrita da minha parte. De qualquer das formas, parabéns à França, são justos campeões do mundo!

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Sortudo

   As mulheres fortes não choram à frente dos outros. Um estigma criado na minha mente do qual ainda hoje tenho muita dificuldade em me livrar. Poucos foram aqueles que viram lágrimas brotar dos meus olhos e sofrer o efeito da gravidade quando as pálpebras se fecharam sob o peso da mágoa. Poucos viram o esgar de dor mudar as feições do meu rosto enquanto gotas de água e sal escorriam como dois riachos, pelos vales da minha cara. Um grupo exclusivo e restrito, a quem concedi o privilégio de tocar no fundo das minhas emoções.

   Mas se sentiste os meus braços em redor do teu pescoço ao mesmo tempo que soluçava, se ouviste o tamborilar do meu coração enquanto o meu peito se contorcia para continuar a respirar, se pudeste secar com o nó dos teus dedos as lágrimas que teimavam em cair apesar das palavras de reconforto sussurradas ao meu ouvido, se escutaste as frases trémulas que os meus lábios construíram quando tudo parecia perdido, então és um sortudo, porque eu te amei.

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Valensole

   Penso que todos nós já sonhámos pelo menos uma vez na vida com campos de lavanda a perder de vista ao pôr-do-sol. Se não sonharam fachabor de fechar já os olhos e fazê-lo.

   Desde que cheguei aqui ao sul de França que ansiava por viver esse sonho mas levou nove meses até que este se transformasse em realidade. A lavanda é um arbusto cuja flor começa a florescer em finais de Maio na Provence, e que depois é ceifado a meio de Julho para que o óleo da planta seja recolhido e a partir deste sejam fabricados produtos aromáticos, sabões e outros cosméticos, velas, saquinhos de lavanda, etc. Por a flor da lavanda ter um tempo de vida tão curto é que a experiência também se torna tão especial. Se uma pessoa não vai no intervalo daquele mês específico, bem que pode ficar mais um ano à espera.

   Mas aguardar vale a pena. Até porque o auge das flores da lavanda aconteceu precisamente quando o J. aqui esteve a passar férias, pelo que pudémos ir juntos e desfrutar de momentos muito românticos ao pôr-do-sol, por entre milhares de arbustos de lavanda que deitam um cheiro que nos invade o olfacto assim que saímos do carro, e na companhia de milhões e milhões de abelhinhas simpáticas (e atenção que eu tenho algum medo de abelhas). É claro que não éramos os únicos nos campos de lavanda mas para ser honesta achava que iria encontrar muito mais gente por lá quando o sol se pôs.

   O local onde estivémos chama-se Valensole (dizem que é o melhor para tirar boas fotografias porque tem umas árvores no horizonte e a lavanda está numa espécie de vale) mas existem outras localidades espalhadas pela Provence perfeitamente capazes de providenciar a mesma experiência. Foram umas horas que ficarão para sempre na minha memória e nem as fotografias fazem jus aqueles momentos.

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 O meu namorado tem jeito para a fotografia. Esta quase dava para uma revista.

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 O zumbido das abelhas é uma constante e estranhamente muito agradável.

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O vale com as famosas árvores ao fundo.

 

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 Acho que tenho umas trezentas fotografias, algumas apenas com ângulos ou alturas diferentes.

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A aldeia de Valensole propriamente dita também é muito bonita e vale a pena visitar para quem passe ali perto.

 

Desafio - Completando Frases

   A querida Simple Girl nomeou-me para responder a um desafio muito simpático, o que já não acontecia por aqui há algum tempo, e por isso vou já começar a responder!

 

Sou muito...tímida! É logo a primeira coisa que me vem à cabeça para responder porque sempre foi assim que me vi e sempre foi assim que os outros também me viram e é um adjetivo muito usado para me caracterizar.

 

Não suporto...injustiças. Pessoas que trabalham imenso para chegarem a algum lado e depois são passadas a ferro por outras que nasceram em berço de ouro e passam à frente porque têm as cunhas dos papás, por exemplo.

 

Eu nunca...vi o Star Wars. Ou melhor, vi os primeiros quinze minutos e depois não consegui ver mais. Detestei, não é mesmo a minha praia.

 

Quando era criança...queria ser escritora. Mas depois segui a área científica e deixei um pouco as letras de parte. Escrevo algumas coisas mas sei que não são boas o suficiente para um dia serem publicadas e também não tenho a coragem nem a inspiração suficientes para começar a escrever algo maior.

 

Neste exacto momento...estou a pensar nos bons momentos vividos nesta última semana que passou e a contar os dias para estar novamente com a minha cara metade.

 

Eu morro de medo...de morrer sem ter viajado pelo mundo inteiro.

 

Eu sempre...gostei de animais. Em pequena gostava muito de ir ao campo apanhar os ovos das galinhas, gostava de levar o porquinho da Índia da turma para casa durante as férias e pedia sempre um cão aos meus pais no Natal.

 

Se eu pudesse...viajava para sempre, em busca de novas culturas, paisagens de cortar a respiração, diferentes paladares, em busca de aventura.

 

Fico feliz quando...vejo pacientes voltarem para casa depois de chegarem até nós com um prognóstico reservado.

 

Se pudesse voltar no tempo...não mudava nada pois tudo o que fiz, disse e vivi trouxe-me onde estou hoje. Cometi erros, sofri, chorei de alegria e de tristeza, tive etapas da vida complicadas e outras maravilhosas mas não mudava nadinha. Apenas voltava no tempo para dizer à Rita do passado naqueles tempos mais difíceis que a vida lhe ia trazer coisas maravilhosas e que seria muito feliz.

 

Adoro...o oceano/ o mar. O som do rebentamento das ondas na areia, mergulhar por entre a espuma, toda a biodiversidade marítima, o cheiro, o sal que fica na pele...adoro!

 

Quero muito...que Setembro chegue rápido para poder ir de férias para a Ásia!

 

Eu preciso...de correr para manter a sanidade mental. A corrida tornou-se um hábito na minha vida e agora sou incapaz de passar mais do que alguns dias sem correr. Tento fazer três ou quatro treinos por semana mas às vezes também é preciso fazer uma pausa, como foi o caso nesta última semana, durante a qual não consegui correr nem um dia.

 

Não gosto de...pepino! Há alguém que goste de pepino?!

Voltei!

   O blog andou paradito nas duas últimas semanas mas tenho boas razões para isso! Na primeira, a página estava-me a dar um erro qualquer estranho e só conseguia aceder ao blog através do telemóvel. Como tenho preguiça de escrever num ecrã tão pequeno, acabei por deixar os dias passar a ver se o problema se resolvia mas estava difícil. Na semana passada, o meu namorado veio até Cannes e passámos uma semana maravilhosa a viajar pela Riviera Francesa. Mostrei-lhe alguns dos meus locais preferidos e também fomos conhecer sítios onde nunca tinha estado (e fui finalmente aos campos de lavanda, cujas flores estavam no apogeu do seu crescimento antes de serem ceifadas!!). Esta semana já vou publicar bastantes fotos e também alguns textos porque a sensação de estar de férias de Verão e ainda por cima em tão boa companhia devolveu-me alguma da inspiração que há muito faltava.

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