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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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Mergulhar

   Eu adoro o silêncio, sentir a paz que me envolve de cada vez que os meus nervos auditivos não são estimulados. E sou uma pessoa muito calma. Descobri que respiro menos vezes por minuto do que as outras pessoas, e também me parece que o meu coração bate abaixo da média. E gosto de cores, quantas mais melhor, quanto mais exóticas e exuberantes, mais a minha vista se delicia. Para além disso, e mais importante do que tudo o que foi citado até agora, eu sou uma apaixonada pelo mar e por todos os seres vivos que ele alberga, desde os tubarões brancos aos peixes palhaço (e depois de um enorme trauma com uma alforreca aos 8 anos, até já começo a admirar estes animais). É por estas razões e por tantas outras que eu adoro mergulhar. A 20 ou 30 metros de profundidade, sinto-me livre, como tantas vezes não o sinto à superfície. E todos aqueles litros de água por cima da minha cabeça, que deveriam provocar uma tensão avassaladora sobre o meu corpo, transformam-se em plumas, permitindo-me flutuar no vazio, dar piruetas, cambalhotas, nadar ao contrário. Gosto de espreitar cada depressão na rocha, à procura de um novo peixe ou moreia, e de sondar a areia em busca de raias. Gosto de nadar de barriga para cima e ver os cardumes de cavalas a passarem aos cinco metros de profundidade. Por vezes vasculho as anémonas e lá encontro um peixe palhaço que me faz sorrir. O peixe porco é o meu preferido, talvez porque, num dos meus primeiros mergulhos, houve um destemido que me começou a atacar a cabeça, pensando que me faria algum mal com aquelas duas dentolas que ostenta. Já nadei com tartarugas, com atuns, com neros, peixes-cão, peixes-trombeta, um grupo grande de mantas com dois metros cada uma e golfinhos (apesar de com estes últimos não ter sido mergulho com garrafa). Anseio pelo dia em que encontrarei um lobo marinho no meu caminho, nas águas quentes e revigorantes da Madeira. Ou pelo dia em que poderei nadar lado a lado com um tubarão baleia, numa qualquer ilha paradisíaca por onde estes gigantes do mar costumem passar. 

   Mergulhar limpa-me a alma. Fazer mergulho traz-nos uma sensação de bem-estar indescritível. Só aqueles que praticam esta modalidade é que realmente entendem a importância que tem, e o vício no qual se torna. Mas o prazer depressa acaba, pois há sempre um consumista de ar que chega à reserva da garrafa ao fim de 30 ou 40 minutos, e lá temos todos nós que voltar à superfície, regressar à realidade.

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