Não Me Deixes Partir
Agarra-me. Não me largues a mão. Quando eu voltar costas, segura-me. Não me deixes fugir. Abraça-me e implora para que eu fique. Não me deixes partir sem dar uma oportunidade ao que temos, porque sabes que eu vou quebrar sob pressão. São demasiados entraves, demasiadas complicações, e eu desisto antes sequer de entrar na tempestade. Mas insiste. E persiste. Mostra-me as tuas lágrimas, grita o meu nome, lança injúrias a um qualquer deus, ou mesmo a todos. Solta a tua raiva, faz uso de todas as memórias que juntos vivemos e apela às que ainda estariam para vir. Caso eu não fugisse. Caso eu não me afastasse para longe, o mais longe possível, com receio das consequências, com medo do sofrimento, com a cobardia espelhada no rosto. Segura-me a mão, puxa-me o braço, envolve-me num abraço apertado, tranca-me dentro do teu coração. Mas não me deixes partir.