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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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O Cristianismo como Base da Ciência

   A propósito de uma conferência a que fui na semana passada, escrevi este artigo que, modéstia à parte, era material para um Diário de Notícias, e não para os jornais regionais onde vai ser publicado.

 

Quando questionado sobre o porquê da Ciência se encontrar, hoje em dia, num patamar tão superior na cultura ocidental, em comparação com o resto do mundo, o Professor Doutor Henrique Leitão, recentemente galardoado com o Prémio Pessoa 2014, não hesita em afirmar que tal se deveu ao Cristianismo, não existindo qualquer tipo de superioridade intelectual por parte dos Europeus ou de qualquer outra comunidade actual.

A religião cristã permitiu impulsionar uma sociedade virada para as Ciências na medida em que afirma que Deus criou o mundo para nós, seres humanos, e dessa forma incute na cultura a procura incessante de explicações para fenómenos da Natureza, acontecimentos biofísicos e episódios da História do nosso Universo, predispondo à saciedade da nossa busca pelo conhecimento, pelo facto do mundo ter sido feito para esse efeito.

Através da mensagem de que “a vida é algo de positivo e toda a matéria que se encontra na Terra deve ser apreciada”, o Cristianismo também estimula o desenvolvimento da Ciência, pois qual é o investigador que estuda aquilo que não gosta ou que vê como sendo algo negativo? Os sábios estudiosos da sociedade ocidental são colocados frente a frente com o que pretendem analisar ou observar, enquanto noutras culturas, a descoberta do funcionamento do Universo e das leis que o regem passa muitas vezes pelo confinamento, pelo isolamento e pela meditação.

Até inícios do século XII, o pensamento científico árabe esteve ao nível das descobertas realizadas pelos ocidentais. Mas uma corrente filosófica de grande influência instalou-se no islamismo, afirmando que tudo o que acontecia era obra de Deus. O papel próximo de um fósforo pega fogo porque Deus, naquele momento, decidiu que se devia incendiar, e não por causa do fósforo propriamente dito. E nessa altura, a Ciência deixa de existir no Islão. Não existem fenómenos para estudar, pois todos eles são obra de Alá, e muito menos existem Leis da Física, pois é Deus quem determina se uma pedra atirada de uma torre vai, ou não, flutuar.

No Cristianismo, foi ampla a margem de liberdade que Deus atribuiu ao homem no que à Natureza diz respeito, e ao curso de toda a sua Criação, permitindo a edificação da Ciência como a conhecemos actualmente a qual, ainda hoje, não cessa de aumentar, fazendo com que a sociedade ocidental inteira sinta a curiosidade de ir ver passar um cometa de cada vez que um deles atravessa a nossa atmosfera. 

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