O Teu Silêncio
Um fim de semana de silêncio agoniante.
O teu silêncio mata mais do que quaisquer palavras fariam. Paciente eu fui, ansiosa me tornei, devastada me sinto. Nada. Nem uma palavra, nem um sinal de vida. Podias ter digo algo. Qualquer coisa. Em vez disso, preferiste optar pelo silêncio, silêncio esse que me consome aos bocadinhos, sem saber o que pensas, sem adivinhar se atravesso ou não os teus pensamentos, sem noção nenhuma do terreno que estou a pisar. Estará tudo isto na minha cabeça? Fala. Eu não sei, porque vivo constantemente na fantasia do devaneio, na clareira entre a realidade e a utopia, na fronteira entre o que acontece à minha frente e o que se passa durante o sonho, no limite de mim própria. Ignorares e fingires que não existo leva-me muitas vezes a dar olhadelas rápidas às linhas verdes e finas que correm pelos meus pulsos, e a imaginar se pensarias em mim duas vezes ao saber que eu desenhara um traço vermelho por cima dessas linhas. Por ti, só por ti (ou deverei dizer, por tua causa?). Esse teu silêncio consome da mesma forma que um fogo devora uma floresta inteira, empurrado apenas por uma breve brisa. Imagina então como este amor me devora a alma, incentivado apenas pelo teu silêncio.