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Same Same But Different

Um blog repleto de ideias, textos, sonhos e aventuras de uma jovem maravilhada com o mundo em seu redor.

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O Teu Sorriso

   Quando me mostraste o teu sorriso pela primeira vez, ele já não me era desconhecido, como se já nos tivessemos cruzado numa vida anterior. Mas não foi por isso que não fiquei encantada com ele, embevecida mesmo. Porque quando tu sorris, toda a tua face se ilumina, os teus olhos brilham como duas minas de diamantes e as tuas orelhas mexem ao sabor desse teu riso. A forma como inclinas a cabeça para trás e bates palmas com as mãos, satisfeito com a piada que acabaste de fazer, o jeito com que mostras os teus dentes perfeitos por entre lábios suaves, meigos e apetecíveis, a maneira como olhas para os teus amigos como que para confirmar que todos te acompanham na gargalhada. Tens um riso que contagia, mais do que o dos outros, porque quando eu o ouço, não consigo deixar de esboçar, pelo menos, um sorriso. E depois, bem, depois baixo a cabeça e desvio o olhar porque o teu riso é algo que me é inatingível, platónico, surreal, e portanto não posso deixar que ele ecoe na minha mente durante muito tempo, pois corro o risco de enlouquecer. Muitas vezes fico a pensar nessas pequenas rugas que se formam no canto dos teus lábios, na forma como semicerras os olhos e ergues as sobrancelhas, como puxas para o lado o cabelo que te atrapalha enquanto ris. Tantas vezes fiquei acordada a pensar no quanto gostaria de envelhecer a olhar para o teu rosto enquanto sorri, e passar suavemente a palma da minha mão pela tua face ao mesmo tempo que o fazes, sentindo-te os sucalcos do rosto e a irregularidade da barba. Tantas vezes, meu amor, sonhei possuir essa risada, tê-la só para mim, e tantas outras vezes suspirei de desgosto, por cobiçar algo que nunca será meu.