Poesia #1
Modéstia à parte, gosto bastante de alguns poemas que escrevo. Este é capaz de ser o meu preferido. Já tem cinco anos e continuo a lê-lo como se tivesse acabado de o escrever, over and over again.
O mundo lá fora chama por mim,
Grita meu nome, murmura meu sonho.
Tantas experiências me proponho,
Tamanha alegria perdida assim,
Acorrentada a uma vida sem luz,
Fechada numa torre sem saída,
Num país que já perdeu a corrida,
Suportando o peso da minha cruz,
Reclusa num beco de desventura,
Grilhetas impedindo minha fuga,
Infame clausura que os sonhos suga,
Para quando liberdade e aventura?
Os mundos, as cidades, as montanhas,
As remotas praias do outro lado,
O júbilo de conhecer o prado,
Da Terra as suas ocultas entranhas.
Da curiosidade homicida,
Partidária da degressividade,
Vem, consome a minha felicidade
Eterna rotina da minha vida.