Quanto Tempo Mais?
Há uma parte de mim que aguarda com ansiedade a tua mensagem. Tremem-me as mãos de cada vez que alcanço o telemóvel porque há uma luz que pisca. Bate com fervor o coração quando o som de uma notificação me chega ao ouvido. E suspiro com um aperto no peito e um nó na garganta ao constatar que não és tu. Ainda.
Receio-me a mim própria. Tenho medo de não ser forte o suficiente para te negar. Não posso cair de novo no mesmo erro. Não posso cair de novo no teu abraço. E ao mesmo tempo quero tanto.
Estou presa. Em mim, em ti, em nós. Presa a um passado que não sou capaz de largar, agarrada a um futuro que nunca terei. Não sei o que fazer do meu presente quando recordações e esperanças é tudo o que guardo de ti cá dentro.
Quanto tempo mais?
Para quê, perguntas.
E eu não sei ao certo.
Para receber essa tua mensagem. Para poder dizer-te que não, que estou triste por não teres aprendido a lição, para fingir que estou ofendida e zangada contigo. Ou então para aceitar sem sequer deixar que o meu cérebro processe a informação porque tudo o que desejo é que me olhes nos olhos como o fazias há uns meses atrás e me murmures “gosto tanto de ti” enquanto o mundo dorme lá fora.
Para podermos ficar juntos. Para sempre.
Para que toda esta mágoa se vá.
Para o fim do mundo.
Sei lá.
Só sei que continuo à espera.